Para todos?

Educação para todos é não precisar incluir; pressupõe-se que não haja excluídos.

Se é preciso incluir é porque não é para todos.

domingo, 17 de abril de 2011

Preconceito ideológico prejudica Copa (Editorial)

Política – 17 de abril de 2011



O Globo



O mais recente estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre o andamento das obras em aeroportos vitais para o sucesso da Copa no Brasil, por estarem em cidades-sede do torneio, confirma um sério problema, anunciado há tempos.



Dos 13 terminais, nove não estarão prontos em 2014.



As melhorias projetadas para os aeroportos de Manaus, Fortaleza, Brasília, Guarulhos (São Paulo), Salvador, Campinas e Cuiabá só estarão concluídas em 2017, três anos depois da Copa e um após as Olimpíadas do Rio. (Preparem-se para dissabores, turistas olímpicos interessados em conhecer outras regiões do país.)



Os dois restantes — Confins, de Belo Horizonte; e o de Porto Alegre — estarão prontos em 2016. Conclui-se: como foi dito e repetido, a estatal Infraero não tinha condições de executar o projeto Copa. E não teve mesmo.



O próprio trabalho do Ipea, um órgão oficial, afirma ser necessário um “choque de gestão” para a empresa tocar investimentos com eficiência. É o que tenta agora — tardiamente, para efeito de Copa e Olimpíadas — o governo Dilma Rousseff.



Para aplicar os R$ 5,6 bilhões previstos para daqui a 2014, a empresa teria de investir, por ano, R$ 1,4 bilhão, o triplo do que tem gasto em média nos últimos oito anos, segundo o Ipea.



Os números são cabais: a meta não será, de fato, alcançada pela estatal.



Na esteira da repercussão da notícia, vieram as declarações de praxe. Para o ministro Wagner Bittencourt de Oliveira, da recém-criada Secretaria de Aviação Civil, à qual a Infraero está subordinada, as obras estão no “cronograma adequado”.



Qualquer um é livre para falar o que bem entender, mesmo diante de números irrefutáveis e de fonte insuspeita.



Uma alternativa será alterar normas para licitações públicas e controles, a fim de acelerar as obras. Apressar a tramitação de projetos e a execução de obras públicas não é um mal em si, pois há muita burocracia a eliminar.



Também, em princípio, é correta a tese de que, em vez de o Tribunal de Contas paralisar obras, que se punam os responsáveis pelas irregularidades.



Mas o grande problema é que, no Brasil, quando se defende “flexibilizar” para “agilizar” investimentos públicos, quase sempre se beneficiam esquemas de corrupção via superfaturamento de despesas, manipulação nas especificações de materiais, entre outros golpes.



Chega-se a suspeitar que atrasos são programados para se “flexibilizar” e “agilizar”.



Desde o governo Lula, alerta-se que, sem a privatização de aeroportos, o setor não acompanharia a expansão da demanda, como não acompanhou. Durante todo o segundo mandato do presidente o sistema aeroportuário brasileiro confirmou o diagnóstico.



Porém, preconceitos ideológicos existentes em Brasília contra a iniciativa privada barraram qualquer movimento mais sério para a concessão de terminais, existentes ou a construir. Juntaram-se aos estatistas os clientelistas de sempre, interessados em não perder influência na Infraero e os correspondentes benefícios pecuniários.



O estudo do Ipea acaba com qualquer dúvida sobre a imperiosidade da participação de capitais privados no sistema.



Pelo menos a presidente Dilma, avessa às licitações quando na Casa Civil, já demonstrara ter mudado de opinião. Agora, está claro para todos que o tempo corre contra.

SABEDORIA INDÍGENA

Um velho índio descreveu certa vez seus conflitos internos:

"Dentro de mim existem dois cachorros: um deles é cruel e mau, o outro passivo é muito bom. Os dois estão sempre brigando."

Quando então lhe perguntaram qual dos cachorros ganharia a briga, o sábio índio parou, refletiu e respondeu: "Aquele que eu alimento".

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Prefeito e secretária de Educação inauguram escola e entregam duas unidades reformadas

SME - Secretaria Municipal de Educação

Prefeito e secretária de Educação inauguram escola e entregam duas unidades reformadas



http://www.rio.rj.gov.br/web/sme/exibeconteudo?article-id=1672731



01/04/2011 » Autor: Fernanda Reis



O prefeito Eduardo Paes e a secretária Municipal de Educação, Claudia Costin, inauguraram o novo prédio da escola IV Centenário, no Complexo da Maré, na manhã desta sexta-feira (dia 1).

Em seguida, o prefeito e a secretária inauguraram a nova escola municipal Raphael de Almeida Magalhães, em Jardim Bangu, e entregaram as novas instalações do Ciep Padre Paulo Correa de Sá, em Padre Miguel, que também ganhou um EDI (Espaço de Desenvolvimento Infantil).

As inaugurações fazem parte de uma série de 16 novas unidades de ensino nas Zonas Oeste e Norte, entre EDIs e escolas do ensino fundamental, que serão entregues à população durante o mês de abril. As unidades, que tiveram um investimento total de R$ 23.501.226,15 milhões, beneficiam 4.368 alunos nas regiões, entre as mais carentes da cidade.



A Escola Municipal IV Centenário, que atende 471 alunos, ganhou uma completa reforma, incluindo a sala de informática, a biblioteca e o auditório, enquanto que o Ciep Padre Paulo Corrêa de Sá, com 648 alunos atendidos, ganhou uma sala de informática, e a substituição de todas as portas, com colocação de identidade visual em toda a unidade, além de um EDI. Já a nova Escola Municipal Raphael de Almeida Magalhães, com 800 vagas, conta com 13 salas de aula, quadra coberta e sala de informática, além da estrutura básica.



Durante as inaugurações, a secretária Claudia Costin ressaltou a importância de um ensino de qualidade e afirmou que mais importante que uma boa edificação escolar, é um professor dedicado a ensinar.



- O que educa não são os prédios, são os professores, mas uma boa infraestrutura gera bons resultados nos trabalhos realizados por eles. Progressivamente estamos uniformizando a infraestrutura das escolas da rede para que os nossos alunos sejam bem recebidos e nossos professores tenham melhores condições para educá-los – constatou a secretária.



O prefeito Eduardo Paes destacou a prioridade que a educação vem recebendo em sua gestão.



- Minha prioridade sempre foi o ensino, a primeira decisão tomada na minha gestão foi o fim da aprovação automática, pois essa é uma medida que não corresponde a um ensino de qualidade, e um ensino de qualidade também representa uma boa infraestrutura nas unidades escolares. A escola traz para essas crianças o futuro e esses novos prédios vão abrigar o sonho de todas elas – afirmou o prefeito.



Na educação infantil, a ampliação do atendimento nas creches da Prefeitura e conveniadas, gerando 30 mil novas vagas, é uma das metas da atual gestão. De janeiro de 2009 até fevereiro deste ano, a Prefeitura já criou 9.200 novas vagas, em 17 novas unidades construídas e mais 110 unidades adaptadas para receber EDIs. Em abril, serão mais 2.450 vagas em novos EDIs.





AS 16 UNIDADES DE ENSINO



1. - Escola 4º Centenário (novo prédio) – Complexo da Maré ;Vagas: 471



2. - Escola Rafael de Almeida Magalhães (escola nova) – Bangu ;Vagas: 800



3. - EDI Professora Edithe Marques de Souza – Padre Miguel ;Vagas: 150



4. - Ciep Padre Paulo Corrêa de Sá – Padre Miguel ;Vagas: 648



5. - EDI do Ciep Darcy Ribeiro – Campo Grande ;Vagas: 150



6. - EDI do Ciep Lamartine Babo – Campo Grande ;Vagas: 200



7. - EDI do Ciep Nelson Mandela - Campo Grande ;Vagas: 150



8. - EDI do Ciep Amilcar Cabral – Bangu ;Vagas: 300



9. - EDI do Ciep Antonio Evaristo de Moraes – Senador Camará ;Vagas: 175



10. - EDI do Ciep Anton Macarenko – Costa Barros ;Vagas: 175



11. - EDI do Ciep Chanceler Willy Brandt – Jacaré ;Vagas: 175



12. - EDI Maciço da Tijuca – Morro do Turano/Tijuca ;Vagas: 175



13. - EDI Pescador Isidoro Duarte – Complexo da Maré ;Vagas: 175



14. - EDI do Ciep Luis Carlos Prestes - Cidade de Deus ;Vagas: 300



15. - EDI Dona Perciliana - Cidade de Deus ;Vagas: 200



16. - EDI do Ciep Pablo Neruda – Taquara ;Vagas: 300

quarta-feira, 6 de abril de 2011

O PROFESSOR ESTÁ SEMPRE ERRADO...

Jô Soares

O material escolar mais barato que existe na praça é o PROFESSOR!


É jovem, não tem experiência.


É velho, está superado.


Não tem automóvel, é um pobre coitado.


Tem automóvel, chora de "barriga cheia".


Fala em voz alta, vive gritando.


Fala em tom normal, ninguém escuta.


Não falta ao colégio, é um 'caxias'.


Precisa faltar, é um 'turista'.


Conversa com os outros professores, está 'malhando' os alunos.


Não conversa, é um desligado.


Dá muita matéria, não tem dó do aluno.


Dá pouca matéria, não prepara os alunos.


Brinca com a turma, é metido a engraçado.


Não brinca com a turma, é um chato.


Chama a atenção, é um grosso.


Não chama a atenção, não sabe se impor.


A prova é longa, não dá tempo.


A prova é curta, tira as chances do aluno.


Escreve muito, não explica.


Explica muito, o caderno não tem nada.


Fala corretamente, ninguém entende.


Fala a 'língua' do aluno, não tem vocabulário.


Exige, é rude.


Elogia, é debochado.


O aluno é reprovado, é perseguição.


O aluno é aprovado, deu 'mole'.



É, o professor está sempre errado....

mas, se conseguiu ler até aqui,
agradeça a ele!

domingo, 3 de abril de 2011

cópia da carta escrita por uma professora que trabalha no Colégio Estadual Mesquita, à revista Veja.

RESPOSTA REVISTA VEJA

Sou professora do Estado do Paraná e fiquei indignada com a
reportagem da jornalista Roberta de Abreu Lima “Aula Cronometrada” . É com
grande pesar que vejo quão distante estão seus argumentos sobre as causas do
mau desempenho escolar com as VERDADEIRAS razões que geram este panorama
desalentador.

Não há necessidade de cronômetros, nem de especialistas para
diagnosticar as falhas da educação. Há necessidade de todos os que pensam
que: “os professores é que são incapazes de atrair a atenção de alunos
repletos de estímulos e inseridos na era digital” entrem numa sala de aula e
observem a realidade brasileira. Que alunos são esses “repletos de
estímulos” que muitas vezes não têm o que comer em suas casas quanto mais
inseridos na era digital? Em que pais de famílias oriundas da pobreza
trabalham tanto que não têm como acompanhar os filhos em suas atividades
escolares, e pior em orientá-los para a vida? Isso sem falar nas famílias
impregnadas pelas drogas e destruídas pela ignorância e violência, causas
essas que infelizmente são trazidas para dentro da maioria das escolas
brasileiras. Está na hora dos professores se rebelarem contra as acusações
que lhes são impostas. Problemas da sociedade deverão ser resolvidos pela
sociedade e não somente pela escola.
Não gosto de comparar épocas, mas quando penso na minha infância
onde pai e mãe, tios e avós estavam presentes e onde era inadmissível
faltar com o respeito aos mais velhos, quanto mais aos professores e não
cumprir as obrigações fossem escolares ou simplesmente caseiras, faço
comparações com os alunos de hoje “repletos de estímulos”. Estímulos de quê?
De passar o dia na rua, não fazer as tarefas, ficar em frente ao computador
alguns até altas horas da noite, (quando o têm), brincando no Orkut, ou o
que é ainda pior envolvidos nas drogas. Sem disciplina seguem perdidos na
vida. Realmente, nada está bom. Porque o que essas crianças e jovens
procuram é amor, atenção, orientação e ...disciplina.
Rememorando, o que tínhamos nós, os mais velhos, há uns anos
atrás de estímulos? Simplesmente: responsabilidade, esperança, alegria.
Esperança que se estudássemos teríamos uma profissão, seríamos realizados na
vida. Hoje os jovens constatam que se venderem drogas vão ganhar mais. Para
quê o estudo? Por que numa época com tantos estímulos não vemos olhos
brilhantes nos jovens? Quem, dos mais velhos, não lembra a emoção de somente
brincar com os amigos, de ir aos piqueniques, subir em árvores? E, nas
aulas, havia respeito, amor pela pátria.. Cantávamos o hino nacional
diariamente, tínhamos aulas “chatas” só na lousa e sabíamos ler, escrever e
fazer contas com fluência. Se não soubéssemos não iríamos para a 5ª. Série.
Precisávamos passar pelo terrível, mas eficiente, exame de admissão. E
tínhamos motivação para isso.
Hoje, professores “incapazes” dão aulas na lousa, levam filmes,
trabalham com tecnologia, trazem livros de literatura juvenil para leitura
em sala-de-aula (o que às vezes resulta em uma revolução), levam alunos à
biblioteca e outros locais educativos (benza,
Deus, só os mais corajosos!) e
algumas escolas públicas onde a renda dos pais comporta, até à passeios
interessantes, planejados, minuciosamente, como ir ao Beto Carrero. E,
mesmo, assim, a indisciplina está presente, nada está bom. Além disso,
esses mesmos professores “incapazes” elaboram atividades escolares como
provas, planejamentos, correções nos fins-de-semana, tudo sem remuneração;
Todos os profissionais têm direito a um intervalo que não é
cronometrado quando estão cansados. Professores têm 10 min de intervalo,
onde tem que se escolher entre ir ao banheiro ou tomar às pressas o
cafezinho. Todos os profissionais têm direito ao vale alimentação, professor
tem que se sujeitar a um lanchinho, pago do próprio bolso, mesmo que
trabalhe 40 h.semanais. E a saúde? É a única profissão que conheço que
embora apresente atestado médico tem que repor as aulas. Plano de saúde?
Muito precário. Há de se pensar, então, que são bem remunerados. .. Mera
ilusão! Por isso, cada vez vemos menos profissionais nessa área, só
permanecem os que realmente gostam de ensinar, os que estão aposentando- se
e estão perplexos com as mudanças havidas no ensino nos últimos tempos e os
que aguardam uma chance de “cair fora”.Todos devem ter vocação para Madre
Teresa de Calcutá, porque por mais que esforcem-se em ministrar boas aulas,
ainda ouvem alunos chamá-los de “vaca”,”puta”, “gordos “, “velhos” entre
outras coisas.
Como isso é motivante e temos ainda que ter forças para
motivar. Mas, ainda não é tão grave. Temos notícias, dia-a-dia, até de
agressões a professores por alunos. Futuramente, esses mesmos alunos, talvez
agridam seus pais e familiares.
Lembro de um artigo lido, na revista Veja, de Cláudio de Moura
Castro, que dizia que um país sucumbe quando o grau de incivilidade de seus
cidadãos ultrapassa um certo limite. E acho que esse grau já ultrapassou.
Chega de passar alunos que não merecem. Assim, nunca vão saber porque devem
estudar e comportar-se na sala de aula; se passam sem estudar mesmo, diante
de tantas chances, e com indisciplina. .. E isso é um crime!
Vão passando série após série, e não sabem escrever nem fazer contas simples.
Depois a sociedade os exclui, porque não passa a mão na cabeça. Ela é cruel e eles já
são adultos.
Por que os alunos do Japão estudam? Por que há cronômetros? Os
professores são mais capacitados? Talvez, mas o mais importante é porque há
disciplina. E é isso que precisamos e não de cronômetros. Lembrando: o
professor estadual só percorre sua íngreme carreira mediante cursos,
capacitações que são realizadas, preferencialmente aos sábados. Portanto, a
grande maioria dos professores está constantemente estudando e
aprimorando- se.
Em vez de cronômetros precisamos de carteiras escolares, livros,
materiais, quadras-esportivas cobertas (um luxo para a grande maioria de
nossas escolas), e de lousas, sim, em melhores condições e em maior
quantidade. Existem muitos colégios nesse Brasil afora que nem cadeiras
possuem para os alunos sentarem. E é essa a nossa realidade! E, precisamos,
também, urgentemente de educação para que tudo que for fornecido ao aluno
não seja destruído por ele mesmo . Em plena era digital, os professores ainda são obrigados a
preencher os tais livros de chamada, à mão: sem erros, nem borrões (ô,
coisa arcaica!), e ainda assim ouve-se falar em cronômetros. Francamente! !!

Passou da hora de todos abrirem os olhos e fazerem algo para
evitar uma calamidade no país, futuramente. Os professores não são culpados
de uma sociedade incivilizada e de banditismo, e finalmente, se os
professores até agora não responderam a todas as acusações de serem
despreparados e “incapazes” de prender a atenção do aluno com aulas
motivadoras é porque não tiveram TEMPO. Responder a essa reportagem
custou-me metade do meu domingo, e duas turmas sem as provas corrigidas.