Não sinto o mesmo gosto nas palavras: oiseau e pássaro. Embora elas tenham o mesmo sentido. Será pelo gosto que vem de mãe? de língua mãe? Seria porque eu não tenha amor pela língua de Flaubert? Mas eu tenho. (Faço este registro porque tenho a estupefação de não sentir com a mesma riqueza as palavras oiseau e pássaro). Penso que seja porque a palavra pássaro em mim repercute a infância. E oiseau não se repercute. Penso que a palavra pássaro carrega até hoje nela o menino que ia de tarde pra debaixo das árvores a ouvir os pássaros. Nas folhas daquelas árvores não tinha oiseaux. Só tinha pássaros. É o que me ocorre sobre língua mãe.
Manoel de Barros O Fazedor de Amanhecer
domingo, 22 de março de 2009
"É preocupante a situação atual quanto à dificuldade dos alunos, inclusive universitários, em “compreender textos propostos para leitura e organizar idéias por escrito de forma legível”. Há uma evidente “necessidade de melhorar a qualidade da educação no País. No ensino fundamental, o eixo da discussão, no que se refere ao fracasso escolar, tem sido a questão da leitura e da escrita. Sabe-se que os índices brasileiros de repetência nas séries iniciais — inaceitáveis mesmo em países muito mais pobres — estão diretamente ligados à dificuldade que a escola tem de ensinar a ler e a escrever.” (PCN. Língua Portuguesa: ensino de primeira a quarta série. 1997 p 19).
Tenho me perguntado: Hoje, 12 anos depois, o que temos feito (ou fizemos) para mudar esta realidade?
segunda-feira, 16 de março de 2009
... a luta pela educação pública começa a ser assumida também pelos educadores populares mais radicais, que a haviam rechaçado uma década antes. A dicotomia que identificava a educação popular com educação não-escolar, frente a uma educação burguesa escolar e anti-popular, caducou. Hoje, velhos princípios pedagógicos, tais como a universalidade da educação básica, transformam-se em metas para a educação popular. (apud GADOTTI & TORRES, 1993, p.39)
"Os pobres que buscamos podem morar perto ou longe de nós. Podem ser material ou espiritualmente pobres. Podem estar famintos de pão ou de amizade. Podem precisar de roupas ou do senso de riqueza que o amor de Deus representa para eles. Podem precisar do abrigo de uma casa feita de tijolos e cimento ou da confiança de possuírem um lugar em nossos corações."