Para todos?
Se é preciso incluir é porque não é para todos.
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Avaliação de Desempenho
Ao tentar espantá-lo mais uma vez, reparou que o cão trazia um bilhete na boca.
Ele pegou o bilhete e leu:
Pode mandar-me 12 salsichas e uma perna de carneiro, por favor?
O cão trazia também dinheiro na boca, uma nota de 50 euros.
O açougueiro pegou o dinheiro, pôs as salsichas e a perna de carneiro num saco e colocou tudo na boca do cão.
Este começou a descer a rua e, quando chegou ao cruzamento, depositou o saco no chão, pulou e apertou o botão para o sinal ficar verde.
O açougueiro ficou realmente impressionado. Como já estava na hora, decidiu fechar a loja e seguir o cão.
Este atravessou a rua e caminhou até uma parada de ônibus, sempre com o açougueiro a segui-lo.
Esperou pacientemente com o saco na boca que o sinal fechasse e pudesse atravessar.
Na parada, o cão sentou-se no banco, esperando o ônibus.
Quando um chegou, o cão foi até à frente para conferir o número e voltou para o seu lugar.
Outro ônibus chegou e ele tornou a olhar, viu que aquele era o número certo.
O açougueiro, boquiaberto, seguiu o cão.
Mais adiante este levantou-se, ficou em pé nas duas patas traseiras e apertou o botão para mandar parar o ônibus, tudo isso com as compras ainda na boca.
O açougueiro e o cão saltaram e foram caminhando pela rua até que o cão parou à porta de uma casa e pôs as compras no passeio.
Então virou-se um pouco, correu e atirou-se contra a porta. Tornou a fazer o mesmo mas ninguém respondeu.
Então contornou a casa, pulou um muro baixo, foi até à janela e começou a bater com a cabeça no vidro várias vezes.
Caminhou de volta para a porta e, de repente, um cara enorme abriu a porta e começou a espancar o bicho.
O açougueiro correu até ao homem e impediu-o dizendo:
'Deus do céu homem, o que é que você está fazendo? O seu cão é um gênio!'
O homem respondeu: 'Um gênio? Esta é a segunda vez esta semana que este cão estúpido se esquece da chave!'.
Moral da história?
Você pode exceder todas as expectativas, mas a sua avaliação depende sempre da competência de quem o avalia.
MEC unificacao idade para ingresso no 1º ano
MEC elabora projeto para unificar idade de alunos da 1ª série; CNTE indica 6 anos como ideal
O MEC (Ministério da Educação) elabora projeto de lei para unificar a idade de entrada das crianças no ensino fundamental, que passará a ter nove anos de duração, e não mais oito como é atualmente. A proposta pretende reverter decisões de Estados que estão permitindo a matrícula de alunos com 5 anos na nova 1ª série. (*)
Com a expansão do ensino fundamental de oito para nove anos, o Conselho Nacional de Educação indica os 6 anos completos como idade de início nessa etapa, começo da vida escolar obrigatória. Antes disso, para o MEC, a matrícula pode causar prejuízos no amadurecimento e no aprendizado. Entre os Estados que contrariam a norma nacional estão dois - Paraná e Rio de Janeiro - que aprovaram leis estaduais que permitem matrículas na 1ª série do ensino fundamental de crianças que completem 6 anos até 31 de dezembro. Em São Paulo , o Conselho Estadual de Educação orienta escolas públicas e particulares a matricularem na 1ª série crianças que completem 6 anos até 30 de junho.
O projeto deve ser enviado em agosto ao Congresso, fixando uma data de corte nacional.
"É uma questão de amadurecimento das crianças e do direito delas à educação infantil. Isso é sério, porque a infância até 5 anos tem um processo de aprendizagem muito diferente das crianças maiores", diz Maria do Pilar Lacerda, secretária de educação básica do MEC.
O presidente do Conselho Estadual de Educação de São Paulo, Arthur Fonseca Filho, "lamenta" o projeto de lei em elaboração no MEC. "Não acho errado que cada Estado tenha o seu modelo. Essa autonomia está prevista na Constituição e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação", afirma. "Escolhemos a data de 30 de junho porque antes era 31 de dezembro e não queríamos uma mudança radical", completa. (UOL)
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Lei 5488/2009 de 22 de junho de 2009 , aprovada pela ALERJ e sancionada pelo Governador Sergio Cabral . Por esta lei, a idade de ingresso é determinada pelo ano de nascimento, ou seja, basta completar 6 anos de 1º de janeiro a 31 de dezembro.
domingo, 26 de julho de 2009
Educando em campo minado
Educando em campo minado
Método inovador de ensino para áreas de risco será adotado na rede municipal do Rio de Janeiro
Adriana Prado
MUDANÇAS Yvonne de Mello com as crianças: sem quadro-negro nem dever de casa
FOTOS: DANIELA DACORSO/AG. ISTOÉ
Matheus de Lima Sales, 11 anos, já foi confundido com uma vítima de tiroteio na Baixa do Sapateiro, uma das favelas do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. "Um garoto com o mesmo nome morreu em frente de casa e todo mundo achou que era eu", lembra o menino, referindo-se a Mateus Rodrigues Carvalho, 8 anos, atingido por uma bala perdida num confronto entre policiais e traficantes em dezembro do ano passado. "Fiquei muito assustado no dia, mas a gente está meio acostumado com essas coisas", diz. Não é bem assim. Ninguém se acostuma à violência, ao risco iminente da morte, muito menos as crianças.
O trauma da ameaça constante dos que vivem em zonas de risco se reflete nas salas de aula. Eles têm dificuldade de aprender, de memorizar, de se concentrar. São meninos e meninas com um grande histórico de perdas - de familiares, colegas, vizinhos. Aulas tradicionais não conseguem convencê-los de que é importante estudar, até para se defender melhor na vida. Prova disso é que o analfabetismo funcional - alunos que mal entendem o que está escrito e tampouco escrevem direito - é maior nessas áreas. Chega a 19,2%, enquanto a média da rede pública é de 14,6%.
A boa-nova é que métodos especiais conseguem. A artista plástica carioca Yvonne Bezerra de Mello, conhecida por realizar trabalhos solidários com menores de rua, criou uma metodologia de ensino para crianças traumatizadas por troca de tiros, agressões físicas, abandono e privações - e que a partir de agosto será adotada em 147 colégios municipais do Rio em zonas de risco.
"Nosso objetivo é melhorar o aproveitamento das crianças", diz a secretária municipal de Educação, Cláudia Costin. "Conheci o trabalho da Yvonne ao pesquisar métodos de ensino alternativos no Brasil e o sistema dela se mostrou o mais adequado." O que será feito na rede municipal carioca foi testado no projeto Uerê, que Yvonne - doutora em políticas públicas e direitos humanos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pela Loyola Univesity, de Chicago - coordena desde 1998 e que atende estudantes com problemas de aprendizado na favela da Maré. "As experiências vão se acumulando na cabeça dessas crianças como se fosse uma lata de lixo, impedindo que o cérebro funcione normalmente", diz a pesquisadora. A metodologia já foi testada, inclusive, fora do Brasil, em zonas de conflito na África. Por conta dos resultados, Yvonne recebeu o Prêmio Paz no Mundo e Cidadania, da União Europeia, em 2007.
Há jovens que chegam ao Uerê tomando remédios para problemas neurológicos ou psiquiátricos. "Infelizmente, é comum que os professores façam esses diagnósticos", diz a psicóloga escolar Vera Lúcia Trindade, da Universidade Estadual do Rio. Falta de concentração, dificuldade de memorização, irritabilidade, agressividade, problemas de audição e dores pelo corpo são alguns dos sinais apresentados por crianças que vivem em áreas de risco.
Um dos pontos principais dessa nova metodologia é estimular o cérebro dos alunos com muita conversa e alternância de atividades. A aula começa com um bate-papo. Os alunos falam sobre as coisas boas e ruins do dia anterior, afastando as más lembranças e liberando a cabeça para o aprendizado. O tema da violência aparece com frequência. Ao falar do seu dia, Ágatha Barbosa de Souza, 8 anos, disse: "Tenho trauma do caveirão." A garota referia-se ao veículo blindado usado pela polícia nas operações em favelas. "Ela tam bém enfrenta proble mas de bebida na família. Chegou ao Uerê a nal fabeta e ho je é uma das me lhores alunas", conta Yvonne.
FOTOS: DANIELA DACORSO/AG. ISTOÉ
ESPERANÇA Matheus Sales, Ágatha Souza e Thais Oliveira: aprendizado em projeto piloto na favela da Maré
Thais de Souza Oliveira, 11 anos , não sabia ler nem escrever. "Na escola a pro fe s sora colocava a matéria no quadro, pedia para a gente copiar e saía da sala", lembra a menina. No Uerê, professor não tem mesa. Ele deve interagir com os alunos sempre, se aproximar deles. "Coloco a mão no queixo pa ra que eles olhem para mim. Eles não estão acostumados a conversar olhando no olho em casa e não sabem focar o olhar", diz Yvon ne. O quadro-negro quase não é usado, e o conteúdo é transmitido oralmente, como se o educador estivesse contando uma história. Cada aula não dura mais do que 30 minutos.
"É preferível abrir mão de detalhes, mas ter certeza de que as crianças vão absorver o conhecimento", argumenta. Os alunos só escrevem na hora de resolver os exercícios em sala de aula. Não há dever de casa. Assim, se tiver dúvidas, a criança não se angustiará pedindo ajuda a pais e parentes que, em sua maioria, têm pouco ou nenhum estudo. A implementação do novo método será feita aos poucos. "Será a primeira aplicação da metodologia em larga escala e esperamos melhorar o aproveitamento dessas crianças", diz a secretária municipal Cláudia Costin. "Será uma nova forma de o professor se relacionar com a turma, em qualquer disciplina."
A melhor escola do mundo
Como a Finlândia criou, com medidas simples e focadas no professor, o mais invejado sistema educacional
Thomaz Favaro, de Helsinque
Quem entra numa escola na Finlândia se espanta com a simplicidade das instalações. Era de esperar que o sistema educacional considerado o melhor do mundo surpreendesse também pela exuberância do equipamento didático. Na verdade, na escola Meilahden Yläaste, em Helsinque, igual a centenas de outras do país, as salas de aula são convencionais, com quadro-negro e, às vezes, um par de computadores. Apesar do despojamento, as escolas finlandesas lideram o ranking do Pisa, a mais abrangente avaliação internacional de educação, feita pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O último teste, em 2006, foi aplicado em 400 000 alunos de 57 países. O Brasil disputa as últimas posições com países como Tunísia e Indonésia.
O segredo da boa educação finlandesa realmente não está na parafernália tecnológica, mas numa aposta nas duas bases de qualquer sistema educacional. A primeira é o currículo amplo, que inclui o ensino de música, arte e pelo menos duas línguas estrangeiras. A segunda é a formação de professores. O título de mestrado é exigido até para os educadores do ensino básico.
Dar ênfase à qualidade dos professores foi um dos primeiros passos da reforma educacional que o país implementou a partir dos anos 70, e é nesse quesito que a Finlândia mais tem a ensinar ao Brasil. Quarenta anos atrás, metade da população finlandesa vivia na zona rural. A economia era dependente das flutuações do preço da madeira, já que 55% das exportações vinham da indústria florestal. Além dos bosques que cobrem 75% do território, o país só tinha a oferecer sua mão-de-obra barata. Os finlandeses emigravam em massa para vizinhos ricos, como a Suécia, em busca de melhores condições de vida. Preocupados com a má qualidade das escolas públicas, os pais estavam transferindo os filhos para instituições privadas de ensino. Em alguns desses aspectos, a Finlândia se parecia com o Brasil. A reforma educacional colocou a qualificação dos professores a cargo das universidades, com duração de cinco anos. Hoje, a profissão é disputadíssima (só 10% dos candidatos são aprovados) e usufrui grande prestígio social (é a carreira mais desejada pelos estudantes do ensino médio).
O segundo passo da reforma, em 1985, foi descentralizar o sistema de ensino. Por esse conceito, o professor é o principal responsável pelo desempenho de seus alunos: é ele quem avalia os estudantes, identifica os problemas, busca soluções e analisa os resultados. O Ministério da Educação dá apenas as linhas gerais do conteúdo a ser lecionado. "Isso só é possível porque os professores recebem um treinamento prático específico para saber lidar com tanta independência", disse a VEJA Hannele Niemi, vice-reitora da Universidade de Helsinque, que trabalha com a formação de professores há três décadas. O currículo escolar também é flexível, decidido em conjunto entre professores, administradores, pais e representantes dos alunos. A cada
três anos, as metas da escola são negociadas com o Conselho Nacional de Educação, órgão responsável por aplicar as políticas do ministério. "Queremos que os professores e os diretores, que conhecem o dia-a-dia da escola, sejam responsáveis pela educação", diz Reijo Laukkanen, um dos membros mais antigos do Conselho Nacional de Educação.
O governo finlandês faz anualmente um teste com todas as escolas do país e o resultado é entregue ao diretor da instituição, comparando o desempenho de seus alunos com a média nacional. Cabe aos diretores e aos professores decidir como resolver seus fracassos. Esse sistema tem o mérito de fazer com que os professores se sintam motivados para trabalhar. A reforma educacional finlandesa levou três décadas para se consolidar. Pouco a pouco, as crianças voltaram a ser matriculadas nas escolas públicas e as instituições privadas foram incorporadas ao sistema do estado. Hoje, 99% das escolas são públicas e o aluno conta com material escolar, refeições e transporte gratuitos. Cerca de 20% dos estudantes recebem algum tipo de reforço escolar, índice acima da média internacional, de 6%. "Quando um aluno repete, perde toda sua motivação, torna-se amargo e pode até apresentar resultados piores que na primeira tentativa", diz Eeva Penttilä, do departamento de educação da cidade de Helsinque.
O sucesso da educação finlandesa é, em parte, fruto das características únicas do país. A população, de 5,2 milhões de habitantes, é relativamente pequena e homogênea. "Com uma população 35 vezes maior e disparidades regionais e sociais mais acentuadas, o Brasil não conseguiria ter o mesmo padrão de igualdade entre as escolas, como existe na Finlândia", diz João Batista de Oliveira, ex-secretário executivo do Ministério da Educação. O preço do sistema de bem-estar social que assiste o cidadão do berço ao túmulo é uma carga tributária de 43% do PIB, uma das maiores do mundo, mas apenas seis pontos acima da brasileira. Ou seja, trata-se de um estado paquidérmico, mas eficiente. A Finlândia é o país menos corrupto, segundo a Transparência Internacional.
Há quase treze anos na Finlândia, a brasileira Andrea Brandão conhece bem as diferenças entre as duas sociedades. "No Brasil, muita gente acha que algumas profissões, como porteiro, não necessitam de um ensino básico de qualidade", diz. "Na Finlândia, existe um consenso de que todo mundo precisa ter uma educação mínima para ser um cidadão." Andrea é professora de inglês em uma das poucas escolas particulares do país, voltada para a população de fala sueca, que é minoria na Finlândia. Particular, nos "moldes finlandeses", significa que os alunos pagam uma anuidade opcional de 100 euros, pouco mais de 250 reais.
A estudante Eeva-Maria Puska, de 16 anos, passa seis horas e meia por dia na escola Meilahden Yläaste, em Helsinque. Além das disciplinas obrigatórias, ela freqüenta aulas de música, artes e francês, opcionais para os alunos da 9ª série. Mesmo com tantas matérias, Eeva não reclama da carga horária nem, menos ainda, do ambiente: "Gosto dos meus professores, tanto como profissionais quanto como pessoas", afirma. Na sua escola, professores e alunos conversam amigavelmente nos corredores espaçosos e bem iluminados.
A educação de qualidade foi essencial para uma virada na economia finlandesa. A mão-de-obra qualificada permitiu que a eletrônica substituísse a madeira e o papel como principais produtos de exportação. A Finlândia tem hoje o terceiro maior investimento em pesquisa e desenvolvimento do planeta, grande parte feita por empresas privadas. Uma antiga fábrica de papéis e de botas de borracha do interior do país foi o símbolo dessa transformação. A empresa, Nokia, hoje é a maior fabricante mundial de celulares, com 40% do mercado internacional. Juntos, ela e o sistema educacional são os dois maiores orgulhos dos finlandeses.
terça-feira, 21 de julho de 2009
Aluno que sofreu queimaduras em escola do RJ receberá indenização de R$ 25 mil
Em São Paulo
O município do Rio de Janeiro terá que pagar uma indenização de R$ 25 mil a um estudante de 13 anos. Ele sofreu queimaduras graves nos pés em um banheiro do Ciep Maestrina Chiquinha Gonzaga, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. A juíza Neusa Regina Larsen de Alvarenga Leite, da 14ª Vara da Fazenda Pública, considerou que cabe ao município manter a integridade física dos alunos que estão dentro da escola.
O acidente ocorreu por volta das 9h30 do dia 28 de junho de 2005. Um estudante ateou fogo numa garrafa com álcool e jogou por debaixo da porta da cabine do banheiro em que a vítima estava. Os sapatos, meias e bermuda do jovem ficaram queimados e, em decorrência dos ferimentos, o aluno ficou quatro meses afastado das aulas e acabou reprovado no final do ano.
Segundo a juíza, o município do Rio está sujeito às normas do artigo 37, parágrafo 6º, da Constituição da República, que responsabiliza pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado, prestadoras de serviços públicos, pelos danos que seus agentes causarem a terceiros.
"No que concerne à existência do dano, este ficou comprovado. Os documentos anexados aos autos, a prova oral colhida em audiência demonstram que a vítima sofreu queimaduras nos pés enquanto estava no banheiro da escola. O nexo de causalidade também ficou demonstrado, pois o resultado danoso ocorreu no interior da escola e durante o horário escolar", afirmou a magistrada. A sentença foi publicada no dia 7 de julho e o município poderá entrar com recurso.
*Com informações da Assessoria de Imprensa do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Fonte: UOL 20/07/2009
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Uma sopa que dá ciência
A esta altura o leitor deve estar se perguntando: que diabos aconteceu nesta coluna Neotrópicas? Virou site de receitas? O que isso tem a ver com a transdisciplinarida de?
Na realidade, o cardápio da semana da família do Sul ou Sudeste brasileiro ilustra muito bem como funciona um projeto científico transdisciplinar. Quando se fala de uma iniciativa multidisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar, a maioria das pessoas pensa na mesma coisa: misturar disciplinas. Essa é ainda a conotação geral, mas, gradativamente, os três termos começam a ser encarados de maneira distinta e, com isso, novas formas de ver a ciência estão sendo desenvolvidas.
Primeiro, é preciso entender o que são as disciplinas. Isso é fácil. A maioria de nós foi educada por meio do ensino disciplinar. Disciplina é um ramo particular do conhecimento cujos elementos de definição (por exemplo, os fenômenos, os conceitos, a epistemologia, as teorias e os métodos) o distinguem de outros ramos. Só para lembrar, algumas disciplinas dentro das grandes áreas em que se inserem. Nas ciências naturais, há a biologia, a química, as ciências da terra, a matemática e a física; Nas ciências sociais, a antropologia, a economia, as ciências políticas, a psicologia e a sociologia. Nas humanidades, a arte, a história, a literatura, a música, a filosofia e os estudos religiosos.
A forma como lidamos com as disciplinas pode levar à multi, inter ou transdisciplinaridade.
Num projeto multidisciplinar, as disciplinas caminham em paralelo mas sem interagirem. Esse é um dos tipos mais comuns de ciência, em que o pesquisador faz uma pergunta dentro de sua disciplina de especialidade e realiza experimentos e/ou observações para respondê-la.
Na interdisciplinarida de, disciplinas diferentes interagem entre si. A bioquímica provavelmente começou quando os químicos se interessaram em estudar as moléculas orgânicas e viram que havia uma dinâmica toda especial nos seres vivos. Outro exemplo: para desenvolver a biologia molecular, foi necessário usar conhecimentos da física, da química e de vários ramos da biologia (zoologia, botânica, ecologia).
A característica principal da interdisciplinarida de, como seu nome dá a entender, é promover a interação entre disciplinas e gerar algo novo, uma propriedade emergente que não existiria se não tivesse havido a interação. Consequentemente, nesse caso, a novidade emerge de uma tensão que leva ao preenchimento de uma lacuna existente entre as disciplinas. Essas zonas de tensão podem servir para o pesquisador encontrar novos problemas sem solução e transformá-los em linhas de pesquisa originais.
A chamada “ciência normal” ou “ciência do modo 1” tem usado essa abordagem para avançar e preencher tudo com novos conhecimentos. É como um quebra-cabeças gigante que começa a ser montado em várias regiões diferentes da figura, a partir de peças que à primeira vista não apresentam nenhuma ligação entre si. Os espaços vão sendo gradativamente preenchidos até que as inter-relações entre os diferentes elementos da figura mostrem algo mais complexo.
Mas a ciência aparentemente não para por aí. Alguns autores acreditam que ela está mudando gradativamente “do modo 1” para o “modo 2”. Ou seja, para a ciência transdisciplinar, uma abordagem em que o problema a ser resolvido não é circunscrito a uma única disciplina, mas a várias. Quando a pesquisa trabalha de forma interdisciplinar para resolver um problema que se tornou uma demanda da sociedade, estamos fazendo a “ciência do modo 2”. As mudanças climáticas são um exemplo desse novo jeito de fazer pesquisa. A elevação na temperatura global foi descoberta pelos cientistas. O tema virou assunto de Estado e se tornou uma grande demanda da sociedade. E, agora, juntando o saber de várias disciplinas, os pesquisadores tentam frear o aquecimento global.
A Europa já vem se movendo nessa direção há algum tempo e existem discussões bastante profundas sobre o assunto. Mas nem sempre projetos que se dizem transdisciplinares o são realmente. Não basta simplesmente achar um problema e convidar colegas de áreas diferentes para realizar pesquisa sob os seus pontos de vista e depois escrever um relatório com itens separados. Para ser transdisciplinar, é preciso fazer um verdadeiro sopão da sexta, com os restos da comida deliciosa que comemos no meio da semana. O sopão é um prato em si, com características próprias, distintas dos antigos sabores que caracterizavam as sobras das receitas que, misturadas, lhe deram origem.
Humm, não vejo a hora de chegar a sexta.
Referências
Zierhofer, W. And Burger,P. 2007. Disentangling Transdisciplinarity : an analysis of knowledge integration in problem-oriented research. Science Studies 20 vol 1:51-74.
Repko, A.F. 2008. Interdisciplinary Research: Process and Theory. Sage Publications Inc. 416p.
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Dança dos salários na Baixada
Geraldo Perelo e Marcos Galvão
Rio - No mesmo dia em que anunciou proposta de reajuste de 16% para os professores e revisão do plano de cargos e salários da categoria, o prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, também disse que haverá demissão de funcionários de cargos comissionados e redução de salários de secretários e dele próprio. O plano ainda será submetido à Câmara de Vereadores, onde o prefeito tem ampla maioria. Mas as demissões já começaram. Desde segunda-feira, 193 pessoas foram exoneradas, a maioria da Secretaria de Obras.
Lindberg explicou que o reajuste vai representar um aumento de R$ 1,3 milhão na folha de pagamento do magistério. “Tive de fazer uma série de ajustes no quadro, sem mexer, é claro, nos funcionários efetivos, mas extinguindo cargos de confiança, comissionados”, revelou. O prefeito contou que reduziu até o próprio salário — bruto de R$ 9 mil — em 20%. Salários de secretários, secretários-adjuntos e subsecretários também foram cortados, o que gerou até pedidos de demissão nos últimos dias.
Reunidos no auditório da universidade Unig, cerca de 4 mil professores aplaudiram a proposta, que eleva o piso mínimo da categoria para R$ 1.576, podendo chegar a R$ 4.010 para quem tiver doutorado. O projeto será detalhado para os professores nas 124 escolas do município. O aumento será dividido em duas etapas: a primeira, em agosto, para todos os professores. Na segunda, em fevereiro de 2010, a gratificação vai variar de acordo com a formação de cada um. O Sepe considerou um avanço, mas destacou que o plano de carreira deve ser melhor esclarecido. A entidade pretende discutir o projeto com a categoria nos próximos dias.
Piso de 20 horas passa para R$ 1.576
Na nova proposta, os profissionais de educação com carga semanal de 20 horas terão piso base de R$1.576, o que vale tanto para professores da educação infantil ao 5º ano (Professor II) — que recebem R$ 1.021 —, como para os de 6º ao 9º ano (Professor I), cujo salário é de R$ 1.071.
Quem tem licenciatura plena passará de R$ 1.126 para R$ 1.876. Os pós-graduados passarão de R$ 1.182 para R$ 2.056. Quem tem mestrado passa de R$ 1.241 para R$ 2.452. Por fim, os doutores, que não são contemplados no plano atual, ganharão R$ 3.165. Com o triênio, podem chegar a R$ 4.010.
Fonte: O DIA ONLINE – 16 de julho de 2009
Palavras do Presidente Oscar Arias da Costa Rica na Cúpula das Américas em Trinidad e Tobago, 18 de abril de 2009
"Tenho a impressão de que cada vez que os países caribenhos e
latinoamericanos se reúnem com o presidente dos Estados Unidos da América,
é para pedir-lhe coisas ou para reclamar coisas. Quase sempre, é para
culpar os Estados Unidos de nossos males passados, presentes e futuros. Não
creio que isso seja de todo justo.
Não podemos esquecer que a América Latina teve universidades antes de que
os Estados Unidos criassem Harvard e William & Mary, que são as primeiras
universidades desse país. Não podemos esquecer que nesse continente, como
no mundo inteiro, pelo menos até 1750 todos os americanos eram mais ou
menos iguais: todos eram pobres.
Ao aparecer a Revolução Industrial na Inglaterra, outros países sobem nesse
vagão: Alemanha, França, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e
aqui a Revolução Industrial passou pela América Latina como um cometa, e
não nos demos conta. Certamente perdemos a oportunidade.
Há também uma diferença muito grande. Lendo a história da América Latina,
comparada com a história dos Estados Unidos, compreende-se que a América
Latina não teve um John Winthrop espanhol, nem português, que viesse com a
Bíblia em sua mão disposto a construir uma Cidade sobre uma Colina, uma
cidade que brilhasse, como foi a pretensão dos peregrinos que chegaram aos
Estados Unidos.
Faz 50 anos, o México era mais rico que Portugal. Em 1950, um país como o
Brasil tinha uma renda per capita mais elevada que o da Coréia do Sul. Faz
60 anos, Honduras tinha mais riqueza per capita que Cingapura, e hoje
Cingapura em questão de 35 a 40 anos é um país com $40.000 de renda anual
por habitante. Bem, algo nós fizemos mal, os latinoamericanos.
Que fizemos errado? Nem posso enumerar todas as coisas que fizemos mal.
Para começar, temos uma escolaridade de 7 anos. Essa é a escolaridade média
da América Latina e não é o caso da maioria dos países asiáticos.
Certamente não é o caso de países como Estados Unidos e Canadá, com a
melhor educação do mundo, similar a dos europeus. De cada 10 estudantes que
ingressam no nível secundário na América Latina, em alguns países, só um
termina esse nível secundário. Há países que têm uma mortalidade infantil
de 50 crianças por cada mil, quando a média nos países asiáticos mais
avançados é de 8, 9 ou 10.
Nós temos países onde a carga tributária é de 12% do produto interno bruto
e não é responsabilidade de ninguém, exceto nossa, que não cobremos
dinheiro das pessoas mais ricas dos nossos países. Ninguém tem a culpa
disso, a não ser nós mesmos.
Em 1950, cada cidadão norteamericano era quatro vezes mais rico que um
cidadão latinoamericano. Hoje em dia, um cidadão norteamericano é 10 15 ou
20 vezes mais rico que um latinoamericano. Isso não é culpa dos Estados
Unidos, é culpa nossa.
No meu pronunciamento desta manhã, me referi a um fato que para mim é
grotesco e que somente demonstra que o sistema de valores do século XX, que
parece ser o que estamos pondo em prática também no século XXI, é um
sistema de valores equivocado. Porque não pode ser que o mundo rico dedique
100.000 milhões de dólares para aliviar a pobreza dos 80% da população do
mundo "num planeta que tem 2.500 milhões de seres humanos com uma renda de
$2 por dia" e que gaste 13 vezes mais ($1.300.000.000.000) em armas e
soldados.
*Como disse esta manhã, não pode ser que a América Latina gaste $50.000*
milhões em armas e soldados. Eu me pergunto: quem é o nosso inimigo? Nosso
inimigo, presidente Correa, desta desigualdade que o Sr. aponta com muita
razão, é a falta de educação; é o analfabetismo; é que não gastamos na
saúde de nosso povo; que não criamos a infraestrutura necessária, os
caminhos, as estradas, os portos, os aeroportos; que não estamos dedicando
os recursos necessários para deter a degradação do meio ambiente; é a
desigualdade que temos que nos envergonhar realmente; é produto, entre
muitas outras coisas, certamente, de que não estamos educando nossos filhos
e nossas filhas.
Vá alguém a uma universidade latinoamericana e parece no entanto que
estamos nos sessenta, setenta ou oitenta. Parece que nos esquecemos de que
em 9 de novembro de 1989 aconteceu algo de muito importante, ao cair o Muro
de Berlim, e que o mundo mudou. Temos que aceitar que este é um mundo
diferente, e nisso francamente penso que os acadêmicos, que toda gente
pensante, que todos os economistas, que todos os historiadores, quase
concordam que o século XXI é um século dos asiáticos não dos
latinoamericanos. E eu, lamentavelmente, concordo com eles. Porque enquanto
nós continuamos discutindo sobre ideologias, continuamos discutindo sobre
todos os "ismos" (qual é o melhor? capitalismo, socialismo, comunismo,
liberalismo, neoliberalismo, socialcristianismo...) os asiáticos
encontraram um "ismo" muito realista para o século XXI e o final do século
XX, que é o *pragmatismo*. Para só citar um exemplo, recordemos que quando
Deng Xiaoping visitou Cingapura e a Coréia do Sul, depois de ter-se dado
conta de que seus próprios vizinhos estavam enriquecendo de uma maneira
muito acelerada, regressou a Pequim e disse aos velhos camaradas maoístas
que o haviam acompanhado na Grande Marcha: "Bem, a verdade, queridos
camaradas, é que a mim não importa se o gato é branco ou negro, só o que me
interessa é que cace ratos". E se Mao estivesse vivo, teria morrido de novo
quando disse que "a verdade é que enriquecer é glorioso". E enquanto os
chineses fazem isso, e desde 1979 até hoje crescem a 11%, 12% ou 13%, e
tiraram 300 milhões de habitantes da pobreza, nós continuamos discutindo
sobre ideologias que devíamos ter enterrado há muito tempo atrás.
A boa notícia é que isto Deng Xiaoping o conseguiu quando tinha 74 anos.
Olhando em volta, queridos presidentes, não vejo ninguém que esteja perto
dos 74 anos. Por isso só lhes peço que não esperemos completá-los para
fazer as mudanças que temos que fazer.
Muchas gracias."
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Plantão Judiciário - PLANOS DE SAÚDE
a atendimento de PLANOS DE SAÚDE??
Pois é, existe.
Exemplo: você está precisando de uma cirurgia de emergência com colocação de prótese, e seu plano de saúde não quer liberar a cirurgia:
pode recorrer a esse Plantão Judiciário. Eles darão todas as orientações de como proceder, e se for necessário, eles mesmos farão contato com o hospital e o plano de saúde para solucionar o problema.
Anotem os telefones: (21)3133-4144 e 2588-4144
domingo, 12 de julho de 2009
Criança é indenizada por acidente em creche municipal
O menino de um ano de idade estava na creche Mulheres do Quafá quando escapou da sala de aula e foi encontrado no quintal da instituição com os pés em cima de um bueiro, que estava quente em razão do sol forte. De acordo com a mãe da vítima, Maximiliana dos Santos de Freitas, seu filho sofreu queimaduras de primeiro e segundo graus, tendo permanecido durante trinta dias sem poder andar.
O relator do processo, desembargador Renato Simoni, lembra que "o primeiro autor - vítima - como se depreende dos autos, contava na data do evento com pouco mais de um ano de idade, não estando aqui a se falar, pois, de um adulto ou mesmo de um adolescente matriculado em uma escola cursando o ensino médio, mas sim de uma criança matriculada em uma creche onde os prepostos do município réu faltaram com o dever de vigilância".
Processo nº: 2008.001.55246.
As verdades da Carochinha
Médicos americanos lançam livro reunindo pesquisas que derrubam ideias sobre corpo e saúde tidas há anos como inquestionáveis. Entre elas, a de que frio causa gripe, comer à noite engorda e cortar cabelo faz fios crescerem fortes
POR FLÁVIA SALME, RIO DE JANEIRO
Rio - Quem, desde criança, não foi advertido a não engolir o chiclete porque ele gruda no estômago? A não andar descalço, pois frio causa resfriado? E não comer à noite sob risco de engordar? Teriam as recomendações algum fundo de verdade? Não, segundo os pesquisadores americanos Aaron Carrol e Rachel Vreeman, que lançaram, nos EUA, o livro ‘Não engula o seu chiclete - mitos, meias verdades e mentiras sobre o corpo e a saúde’.
O gastroenterologista José Figueiredo Penteado, professor da UFRJ, concorda quando os pesquisadores afirmam que é mentira a história do chiclete: “O aparelho digestivo elimina todos os objetos estranhos”.
Em relação aos resfriados e gripes, eles não têm relação com mãos e pés frios. Estas doenças são, na verdade, consequência do fato de as pessoas se aglomerarem em locais fechados para escapar do frio e se tornarem mais passíveis de ‘pegar’ o vírus de quem está ao lado, diz o livro. Outro dos trabalhos citados no livro foi feito na Suécia e revelou que o ganho de peso está ligado apenas à quantidade de calorias consumidas ao longo do dia, e não ao horário — engorda-se do mesmo jeito, de dia ou à noite.
Mais uma das supostas verdades é a de que cortar o cabelo o faz crescer mais forte e rápido. “O cabelo é composto por células mortas, portanto o corte não interfere. Ocorre é que quando se corta com frequência o crescimento é mais observado, dando a impressão de que os fios crescem mais”, esclarece a dermatologista Regina Schechtman, da Santa Casa de Misericórdia.
Ideias em que muitas mães acreditam
Quem é mãe já ouviu dizer que a febre pode ser sintoma do nascimento de dentes no bebê, mas Aaron e Rachel garantem que é mito. “Realmente existe este conceito, mas não é correto afirmar que a febre é um sintoma da erupção dentária. O bebê poderá ter período de irritabilidade, pois pode haver incômodo local onde nascerá o futuro dentinho”, explica Alberto Chacur, chefe da pediatria do Hospital São Vicente de Paulo.
Outro mito apontado é o de que mulheres que amamentam podem consumir bebidas alcoólicas moderadamente. Segundo Chacur, o álcool passa pelo leite materno e pode causar danos ao bebê. “Além disso, o consumo de bebidas alcoólicas altera os níveis hormonais que favorecem a lactação. Por isso deve ser evitado durante o período”, alerta. Outro mito apontado é o de que açúcar deixa a criança hiperativa. “Não há comprovação científica que sustente essa tese”, diz o pediatra.
Carlos Nicodemos: Os 19 anos do ECA
Presidente do Conselho Estadual de Defesa da Criança e do Adolescente
Rio - Esta segunda-feira, 13 de julho, merece especial atenção. O Brasil estará comemorando o 19º aniversário do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente. Esse excepcional instrumento de nosso ordenamento jurídico conquistou respeito e admiração internacionais e impõe desafios fundamentais para sua percepção pela sociedade e pelo Estado.
Desde a Declaração de Genebra, em 1924, assegurar os direitos de crianças e adolescentes passou a interpor as discussões internacionais. Só após a II Guerra, com a criação da ONU e da UNESCO, os países propenderam- se sobre o tema. Em 1959, as Nações Unidas aprovam a Declaração Universal dos Direitos das Crianças. Em 1989 é aprovada a Convenção sobre os Direitos das Crianças. Em 1990, o Brasil sanciona o Estatuto da Criança e do Adolescente.
O ECA dotou governos e sociedade de instrumentos legítimos que conduzem e dão suporte ao exercício e defesa da plena cidadania de crianças e jovens brasileiros. No entanto, propor uma profunda mudança cultural é desafio para várias gerações. Inaugurar este novo paradigma social lança sobre cada um de nós a grande responsabilidade de perpetuá-lo, divulgá-lo e aprimorá-lo, dia a dia, para que o presente e o futuro possam colher os louros e os frutos dessa conquista nacional.
Aos 19 anos, o Estatuto da Criança e do Adolescente firma-se como respeitável adulto em processo de amadurecimento e que exige de cada um dos brasileiros seu rigoroso cumprimento e do Poder Público a premente necessidade de implementar as Políticas Públicas que visem afiançar os direitos de nossas crianças e jovens. É uma grande missão e por ela envidaremos maciços esforços em todas as frentes.
A DIFERENÇA ENTRE "http" e "https"
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sábado, 11 de julho de 2009
Infarto feminino
"...Ela comentou que não se sentia bem... Lhe doíam as costas.... Foi deitar-se
um pouco até que passasse... Mais tarde, quando fui ver como ela estava, a
encontrei sem respiração... Não a puderam reviver..."
Comentou o marido ao médico já no Hospital.
Eu sabia que os ataques cardíacos nas mulheres são diferentes, mas nunca
imaginei nada como isto. Esta é a melhor descrição que li sobre esta terrível
experiência...
Sabias que os ataques cardíacos nas mulheres raramente apresentam os mesmos
sintomas 'dramáticos' que anunciam o infarto nos homens? Me refiro à dor
intensa no peito, o suor frio e o desfalecimento (desmaio, perda de
consciência) súbito que eles sofrem e que vemos representados em muitos filmes.
Para que saibam como é a versão feminina do infarto, uma mulher que experimentou
um ataque cardíaco nos vai contar sua história:
'Eu tive um inesperado ataque do coração por volta de 22h30min, sem haver feito
nenhum esforço físico exagerado nem haver sofrido algum trauma emocional que
pudesse desencadeá-lo. Estava sentada, muito agasalhadinha, com meu gato nos
joelhos vendo novela.
Um pouco mais tarde, senti uma horrível sensação de indigestão, como quando –
estando com pressa – comemos um sanduíche, engolindo-o com um pouco de água.
Esta foi minha sensação inicial... O 'único problema' era que eu NÃO HAVIA
comido NADA desde às 17h00min...
Depois, desapareceu esta sensação e senti como se alguém me apertara a coluna
vertebral (pensando bem, agora acredito que eram os espasmos em minha aorta).
Logo, a pressão começou a avançar para o meu externo (osso de onde nascem as
costelas no peito). O processo continuou até que a pressão subiu à garganta e a
sensação correu, então, até alcançar ambos os lados de meu queixo.
Tirei os pés do pufe e tratei de ir até o telefone, mas caí no chão...
Me levantei me apoiando em uma cadeira e caminhei devagar até o telefone para
chamar a emergência. Lhes disse que acreditava que estava tendo um ataque
cardíaco e descrevi meus sintomas. Tratando de manter a calma, informei o que
se passava comigo. Eles me disseram que viriam imediatamente e me aconselharam
deitar-me perto da porta, depois de destrancá-la para que pudessem entrar e me
localizar rapidamente.
Segui suas instruções, me deitei no chão e, quase imediatamente, perdi os
sentidos.
Acordei com o cardiologista me informando que havia introduzido um pequeno balão
em minha artéria femoral para instalar dois 'stents' que mantivessem aberta
minha artéria coronária do lado direito.
Graças a minhas explicações precisas, os médicos já estavam esperando prontos
para atender-me adequadamente quando cheguei ao hospital.
Dicas importantes:
1. Dizem que muito mais mulheres que homens morrem em seu primeiro (e último)
ataque cardíaco porque não identificam os sintomas e/ou os confundem com os de
uma indigestão. CHAMEM a AMBULÂNCIA, se sentem que seu corpo experimenta algo
estranho. Cada um conhece o estado natural (normal) de seu corpo. Mais vale uma
'falsa emergência' do que não atrever-se a chamar e perder a vida...
2. Notem que disse 'chamem os Paramédicos/Ambulância'. AMIGAS, o tempo é
importante, e as informações precisas também.
3. Não acreditem que não possam sofrer um ataque cardíaco porque seu colesterol
é normal ou 'nunca tiveram problemas cardíacos'...
Os ataques cardíacos são o resultado de um stress prolongado que faz que nosso
sistema segregue toda classe de hormônios daninhos que inflamam as artérias e
tecido cardíaco.Por outro lado, as mulheres que estão entrando na menopausa ou
já a ultrapassaram, perdem a proteção que lhes brindava os estrogênios, pelo
que correm igual risco de sofrer mais problemas cardíacos do que os homens.
Um cardiologista disse que se todas as que recebemos este e-mail o enviarmos a
10 mulheres, poderemos estar certas de que ao menos UMA vida se salvará. Por
isto, seja boa amiga e envia este artigo a todas as mulheres que te são tão
queridas ...
HOSPITAL SARAH RIO - neuroreabilitação
O HOSPITAL SARAH RIO, especializado em neuroreabilitação, inaugurado no dia 01 de maio de 2009, na Barra da Tijuca e já está cadastrando para atendimento, novos pacientes adultos e crianças com as seguintes patologias:
- paralisia cerebral
- crianças com atraso do desenvolvimento motor
- sequela de traumatismo craniano
- sequela de AVC
- sequelas de hipóxia cerebral
- malformação cerebral
- sequela de traumatismo medular
- doenças medulares não traumáticas como mielites e mielopatias
- doenças neuromusculares como miopatias, neuropatias perifericas hereditarias e adquiridas, amiotrofia
espinhal
- doença de Parkinson e Parkinsonismo
- Ataxias
- doença de Alzeihmer e demências em estágio inicial
- Esclerose múltipla
- Esclerose lateral amiotrófica em estágio inicial
- mielomeningocele
- espinha bífida
- paralisia facial
O atendimento é totalmente gratuito.
O cadastro para atendimento de novos pacientes é feito exclusivamente pelo telefone: 21 3543-7600, das 08 às 17 horas, de segunda a sexta-feira.
domingo, 5 de julho de 2009
A chance de um marceneiro dar aula num mestrado de arquitetura abre debate sobre méritos e talentos
Honra ao mérito
São Paulo, domingo, 28 de junho de 2009
GILBERTO DIMENSTEIN
A chance de um marceneiro dar aula num mestrado de arquitetura abre debate sobre méritos e talentos
A PARTIR de agora, para você ganhar um título de mestre não será mais necessário entregar aquelas gigantescas dissertações, repletas de citações, rodapés, tudo isso embrulhado na hermética linguagem universitária.
Basta um produto: música, pintura, reportagem, software ou artigo. Muitos de seus professores não ostentarão títulos acadêmicos, alguns deles talvez nem mesmo tenham diploma de ensino superior. Mas, necessariamente, precisa demonstrar reconhecida experiência no mercado de trabalho.
Essa é a consequência de uma portaria anunciada na semana passada, propondo uma nova avaliação para os mestrados profissionalizantes, destinados a pessoas que não querem dar aula nem fazer pesquisa, mas se aprimorar na sua profissão. A residência médica ou um MBA, por exemplo, já valeriam o mestrado.
O ministro Fernando Haddad me diz que, com essas mudanças, será mais fácil colocar nas universidades os talentos do mercado de trabalho, compartilhando sua experiência com os alunos. ""É exatamente o que muitos estudantes esperam de seus cursos, depois que terminam a graduação", explica.
A chance de um sofisticado marceneiro, com seu diploma de ensino médio, dar aula num mestrado de arquitetura de uma USP indica que estamos metidos num interessante debate sobre méritos e talentos.
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, voltou a sinalizar, na semana passada, que, além do jornalismo, mais diplomas poderão deixar de ser obrigatórios -arquitetura, administração, educação, economia, e por aí vai.
Se um advogado, devidamente treinado em comunicação, pode trabalhar em jornal, por que um aluno de engenharia não poderia dar aula de física ou matemática numa escola pública? Bastaria que tivesse uma ajuda para saber transmitir seu conhecimento.
Para melhorar as escolas públicas, a cidade de Nova York chama os talentos da sociedade e oferece um curso de didática em apoio -são mandados para os piores lugares. Os resultados são bons, claro. Os alunos gostam de professores que adoram fazer coisas, sejam elas quais forem.
Esse tipo de questionamento pode parecer estranho agora num país elitista dominado por cartórios e corporações. Mas é apenas consequência da velocidade do conhecimento. Essa velocidade se traduziu na quinta-feira com a morte de Michael Jackson: quem deu primeiro a notícia foi um site de celebridades (TMZ).
O debate sobre o mérito profissional e acadêmico aparece das mais diversas formas -e ocorre, em boa parte, porque estamos buscando novas formas de medir eficiência, uma das novidades (embora engatinhando) da administração pública no Brasil.
Na semana passada, a Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou projeto para contratação de professores. Mas, depois de passar no concurso, terão de fazer um curso. Docentes temporários terão de se submeter a provas -assim como os dirigentes regionais de ensino. Só puderam criar bônus de desempenho para professor porque existem indicadores (trágicos, diga-se) sobre os alunos.
Centros de saúde e hospitais públicos tocados por entidades filantrópicas apanharam de todos os lados, especialmente dos sindicatos e grupos ligados ao PT. Diante dos resultados positivos, inquestionáveis pelos números, o governo federal, comandado pelo PT, chamou algumas dessas organizações para ajudar na gestão de mais hospitais públicos pelo país.
Sabemos que os alunos do ProUni têm desempenho melhor que os alunos regulares; é o que já constamos com os cotistas das universidades. Os números desmontam assim bobagens sobre o risco desses jovens piorarem a vida acadêmica. É o contrário.
Estão mudando os critérios para entrada no vestibular porque se considera que o mérito não está em decorar informações, mas desenvolver uma rede de habilidades e competências; premia-se quem aprende a aprender. O mercado premia quem aprende a fazer.
Essas mudanças são resultado previsível das sociedades democráticas em que se exige mais transparência, todos têm de dar conta de seus atos e, portanto, são mais avaliados e fiscalizados -e aí vai dos familiares de Sarney, no Senado, aos professores, montados em seus títulos. Não é à toa que, cada vez com mais intensidade, a sociedade olha desconfiada os privilégios das corporações, seja de políticos, seja de professores, seja de jornalistas.
A recente greve da USP se desmoralizou porque uma das suas principais causas era a readmissão de um funcionário que teria sido demitido por justa causa em qualquer empresa; daí a novidade de alunos se rebelarem contra a greve.
PS- É um movimento mais rápido do que se imagina. É por isso que José Sarney, acostumado a ver há tanto tempo aquelas mamatas do Congresso, não poderia imaginar que uma bomba explodiria em seu colo -a tal ponto que, na semana passada, cresceu a pressão por sua renúncia. Não é o Senado que piorou, mas a fiscalização que melhorou.
Biblioteca Digital da Unesco
Dezenas de milhares de livros, imagens, manuscritos, mapas, filmes e gravações de bibliotecas em todo o mundo foram digitalizados e traduzidos em diversas línguas para a abertura do site da Biblioteca Digital da Unesco
Até quando??????
Até quando estaremos reféns do banditismo, da marginalidade, da incoerência social, da injustiça moral, das trocas e jogos de palavras???
Ainda temos assistido de perto marginais elevados à categoria de cidadãos e nós outros???
E nós outros???
E nós outros??? Nós que deveríamos ser considerados os cidadãos de fato, nós que pagamos impostos, nós que vamos às salas de aula e tentamos ensinar retidão de caráter, dignidade, hombridade... A que categoria pertencemos?
HÁ CATEGORIA PARA NÓS???
Não me considero pertencente à categoria destes cidadãos que aviltam, menosprezam a vida humana (Ah! será que estas "pessoas" sabem o significado de vida? E de humana?)
Definitivamente não pertenço a esta categoria. Existe uma categoria a qual eu tenha direito de desfrutar do sentimento de pertencimento?
Recuso-me a ser considerada cidadã pertencente a este grupo de monstros!
Monstros, chamo a todos que não tem capacidade de sentir, estes marginais que continuam eliminando aqueles a quem chamo humanos...
Com muita indignação,
Carla Tiné
Uma vida dedicada ao conhecimento que se perde...
Cássia Blondet Baruque
Assassinada em 05/07/2009
Possui graduação em Informática pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1982), mestrado em Informática pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1996) e doutorado em Informática pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2005).
Sua tese intitula-se Desenvolvimento de Bibliotecas Digitais de Learning Objects Utilizando Técnicas de Data Warehousing e Data Mining. É Co-Coordenadora da área de Governança: Gestão, Auditoria e TIC da Diretoria de Extensão do CECIERJ/CEDERJ e professora conteudista do curso Modelando e Implamentando Banco de Dados Relacional.
Atuou como Coordenadora Adjunta de TI no Programa FGV Online, onde exerceu as funções de pesquisadora de Tecnologia da Informação para EaD da FGV-Rio. É pesquisadora da FGV-Rio sendo participante do Projeto do Portal da Biblioteca Digital da FGV-Rio, pesquisadora associada do TecBD - Laboratório deTecnologias de Banco de Dados (TecBD) da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - Grupo de Pesquisa no CNPq, pesquisadora do grupo de pesquisa de Organização e Recupração da Informação - Grupo de Pesquisa do CNPq e pesquisadora do PGL - Partnership in Global Learning (UFL, ITESM, PUC-Rio, FGV-SP e Unicamp). pela PUC-Rio e coodenadora pela UEZO.
Foi Coordenadora de EAD, membro Conselheira do COEPE, Presidente da Comissão de EaD, e membro da Comissão de Avaliação da UEZO. Foi tutora, na modalidade à distância, e professora presencial em cursos oferecidos pelo CCE da PUC-Rio. Tem experiência na área de Ciência da Computação, com ênfase em Sistemas de Informação, e vem atuando principalmente nos seguintes temas: e-learning, digital libraries, data warehousing/olap e data mining.
Publicou diversos trabalhos na área, em Congressos e Simpósios Nacionais e Internacionais. Coordenou a equipe de Infomática do Projeto de Informatização da Biblioteca do CNPq/IMPA durante 4 anos como bolsista DTI-3A do CNPq. Tem experiência em Desenvolvimento de Sistemas nas empresas Fininvest, Cyanamid, Banco Nacional, Capemi, Shell e RFFSA, tendo ocupado o cargo de confiança em coordenação por 13 anos.
Professora é morta por assaltantes em Botafogo – DIA ON LINE, 05/07/2009
Polícia perseguiu bandidos. Um morreu, outro foi baleado e o terceiro foi preso
Rio - A professora e pesquisadora de novas tecnologias em informação, Cássia Blondet Baruque, de 48 anos, foi assassinada com um tiro, na madrugada deste domingo, durante tentativa de assalto, na altura do número 112 da Rua Ministro Raul Fernandes, esquina com Rua Alzira Cortês, ao lado da Praça Radial Sul, em Botafogo, na Zona Sul.
Três bandidos, armados de revólveres calibre 38, que estavam a pé, abordaram Cássia quando ela saía de uma festa com três amigos peruanos, dirigindo o Toyota Corolla prata LOS-4929. Ela teria tentado escapar dos assaltantes, dando ré no veículo, que acabou batendo a traseira numa mureta de concreto sobre a calçada.
Um dos ladrões atirou. O tiro perfurou o vidro dianteiro esquerdo, atingindo Cássia no braço. A bala transfixou e atingiu o coração da vítima, que acabou morrendo antes de chegar ao Hospital Miguel Couto, na Gávea.
Os criminosos, que fugiram sem levar nada, roubaram, em seguida, o Polo de um casal na Rua Muniz Barreto. Houve perseguição da polícia e tiroteio. No Aterro do Flamengo, um dos assaltantes foi morto, outro baleado e o terceiro preso.
Ainda não há informações sobre data e enterro da professora.
Uma vida dedicada ao conhecimento que se perde...
quarta-feira, 1 de julho de 2009
De especial interesse para quem tem ou terá filhos brevemente no Ensino Médio
01/07/2009
Conselho de Educação aprova fim de disciplinas no ensino médio; cem escolas devem implantar
Da Redação*
Em São Paulo
O CNE (Conselho Nacional de Educação) aprovou nesta terça-feira (30), em Brasília, a proposta do MEC (Ministério da Educação) de apoiar currículos inovadores para o ensino médio. Pelo projeto, será possível lecionar os conteúdos de maneira interdisciplinar, sem que sejam divididos nas tradicionais disciplinas como história, matemática ou química. O aluno também terá condições de escolher parte de sua grade de estudos.
A partir de 2010, cerca de cem escolas deverão receber financiamento da pasta para implantar mudanças curriculares com o objetivo de tornar a etapa de estudos mais atraente.
"Esperamos que essa proposta seja acompanhada e avaliada e possa se tornar uma política universal", disse a secretária de educação básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda.
De acordo com ela, a intenção é que o programa seja estendido e que todas as escolas que oferecem ensino médio possam adotar as mudanças curriculares. "Nossa intenção não é ter escolas modelos, mas que todas possam oferecer ensino de mais qualidade", disse o coordenador-geral do ensino médio da Secretaria de Educação Básica, Carlos Artexes Simões.
Como funciona a ideia
Pela proposta, o ministério financiará projetos de escolas públicas que privilegiem, entre outras mudanças, um currículo interdisciplinar e flexível para o ensino médio.
A intenção é que a atual estrutura curricular - organizada em disciplinas - seja substituída pela organização dos conteúdos em quatro eixos: trabalho, ciência, tecnologia e cultura, para que os conteúdos ensinados ganhem maior relação com o cotidiano e façam mais sentido para os alunos. Outra mudança a ser estimulada é a flexibilidade do currículo: 20% da grade curricular deve ser escolhida pelo estudante.
O texto prevê o aumento da carga horária mínima do ensino médio - de 2,4 mil horas anuais para 3 mil - além do foco na leitura, que deve passar por todos os campos do conhecimento. A proposta estimula experiências com a participação social dos alunos e o desenvolvimento de atividades culturais, esportivas e de preparação para o mundo do trabalho.
Segundo Artexes, a partir das recomendações do CNE à proposta, o ministério terá condições de organizar o programa e apresentá-lo aos estados e ao Distrito Federal. "Nos próximos 40 dias, o ministério definirá o volume de recursos disponível para o programa e a forma de financiamento, se diretamente à escola ou se por meio de convênio com as secretarias estaduais", afirmou.
* Com informações da Assessoria de Imprensa do MEC