Para todos?

Educação para todos é não precisar incluir; pressupõe-se que não haja excluídos.

Se é preciso incluir é porque não é para todos.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Símbolo nazista em muro da Uerj

O DIA
Símbolo nazista em muro da Uerj
Teatro universitário amanheceu ontem com pichação de frases racistas

Rio - Os muros do Teatro Odylo Costa Filho, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), amanheceram ontem pichados com símbolos nazistas e frases racistas. A reitoria da universidade informou que o caso está sob investigação e que recebeu denúncias indicando o autor das pichações. Ontem mesmo, funcionários apagaram as inscrições.

A Uerj foi a primeira universidade pública do País a adotar o sistema de cotas, em 2003. Desde então, assiste a brigas entre estudantes favoráveis e contrários ao sistema.

Em dezembro de 2008, uma discussão sobre racismo acabou na delegacia. Um estudante de Filosofia, branco, acusou integrantes do Grupo Denegrir, formado por negros que defendem a política de cotas, de tê-lo agredido. A confusão aconteceu na saída de uma festa na universidade. O aluno disse que foi cercado e agredido pelo grupo e que outros dois amigos foram ofendidos. Já o Denegrir alegou que os três rapazes brancos gritaram expressões como ‘poder ariano’, ‘somos brancos e por isso somos superiores’. Após a confusão, o sistema de cotas dividiu ainda mais as opiniões entre os alunos. Segundo os estudantes, o incidente foi o estopim para a briga ser declarada.

“Há um grupinho racista pichando toda a Uerj com frases de apoio a Hitler há um tempo. Depois apanham e vêm bancar as vítimas. Tinha que ser aluno de Filosofia mesmo, porque os demais estão preocupados em estudar”, disse um aluno negro que não quis se identificar. “Também quero direito a cotas e demais apadrinhamentos, pois, definitivamente, negros e mestiços são maioria no país”, disparou um estudante branco.

CRIME

Pichar ofensas racistas é crime e pode dar cadeia. Chegar à autoria das pichações será difícil. Mas caso isso aconteça, o aluno ou alunos que fizeram as inscrições no teatro serão indiciados por injúria racial, que “se baseia na proteção da honra subjetiva, incluindo o respeito dos atributos físicos, intelectuais e morais de cada um”. A pena prevista para esse tipo de crime pode chegar a três anos de prisão.

Além de responder criminalmente, os alunos também correm o risco de serem expulsos da universidade

domingo, 24 de janeiro de 2010

"O Fim da Educação. Redefinindo o valor da escola"

Trecho do livro de Neil Postamn, intitulado "O Fim da Educação. Redefinindo o valor da escola" onde ele sugere a idéia que segue:

"Poderíamos melhorar a qualidade do ensino da noite para o dia, por assim dizer, se os professores de matemática fossem incumbidos de ensinar arte, os professores de arte de ensinar ciência, os professores de ciência inglês. Meu raciocínio é este. A maioria dos professores (...) ensinam matérias em que eram bons na escola. Achavam a matéria fácil e prazerosa. Consequentemente, é provável que não entendam como a matéria aparece para aqueles que não são bons nela, ou não se interessam por ela, ou as duas coisas. Se, digamos, durante um semestre, cada professor se encarregasse de uma matéria que odiasse, ou com que sempre tivesse tido dificuldade, seria forçado a ver a situação como a maioria dos estudantes a vê e perceberia as coisas mais como um novo aluno do que como um velho professor. Talvez ele (ou ela) descobrisse como são maçantes os compêndios, aprendesse como é exasperante o receio de cometer enganos, pudesse verificar que uma questão que suscitou o seu interesse tem de ser ignorada porque não está coberta pelo resumo, poderia até se dar conta de que há estudantes que conhecem a matéria melhor do que ele (ou ela) podia imaginar. E então?
No todo, creio que a experiência faria refletir e seria até reveladora. Quando o professor retornasse a sua especialidade, é possível que trouxesse consigo ideias novas sobre o modo de transmitir o conteúdo de suas respectivas matérias, e sentissem maior empatia por seus alunos" (p.114)

Neil Postman é professor da Universidade da Califórnia. Considerado um dos maiores analistas contemporâneos da relação educação e mídia eletrônica.