Para todos?

Educação para todos é não precisar incluir; pressupõe-se que não haja excluídos.

Se é preciso incluir é porque não é para todos.

domingo, 28 de junho de 2009

Secretaria de Educação prepara programa inédito para recuperar 23 mil alunos de 150 escolas em áreas de risco do Rio

Publicada em 27/06/2009 às 17:21 – EXTRA ON LINE

Secretaria de Educação prepara programa inédito para recuperar 23 mil alunos de 150 escolas em áreas de risco do Rio

Letícia Vieira - Extra

Em Paciência, as dificuldades de aprendizado dos alunos da Escola Municipal Marechal Pedro Cavalcanti são superadas com muita criatividade. Desde 1998, os professores romperam com o tradicional formato de quadro negro e giz para levar aos cadernos o cotidiano das crianças. Um esforço para mudar o dia a dia de uma escola em que 38,1% dos alunos do 6º ano necessitam de reforço escolar e 21,5% precisam ser realfabetizados. Uma realidade não muito diferente de outros 149 colégios localizados em áreas de risco que vão levar um choque de ordem da Secretaria municipal de Educação (vídeo: professor de matemática dá aula inovadora) .

- Recebemos alunos que, na segunda-feira, desmaiam em sala, porque não almoçaram nem jantaram, ou passaram o fim de semana com medo de levar um tiro. Para fazer trabalho de leitura, damos um tema, fazemos com que o aluno transforme a realidade de violência em que vive, crie um projeto de vida e escreva sobre ele - diz o professor Maurício Assad.

Bônus para professores

Escolas como a de Paciência, que precisam superar as barreiras impostas nas áreas sujeitas à violência, começam a se preparar para garantir um atendimento especial a seus alunos, a partir de agosto. Elas fazem parte do projeto Escolas do Amanhã, que vai fazer com que as crianças com maiores dificuldades de aprendizado permaneçam mais tempo na escola. Para este desafio, o programa prevê também um bônus para os professores.

Com recursos do programa Mais Educação, do Ministério da Educação (MEC), as unidades vão contratar educadores comunitários, que vão apoiar as novas atividades. A tarefa não é fácil: nesse universo, 19,2% dos estudantes leem textos curtos, mas não conseguem interpretá-los nem usar a escrita em seu dia a dia na escola.

A Escola Marechal Cavalcanti já se organiza para ampliar atividades que oferece no horário regular. Estão programadas oficinas de roda de leitura, jogos matemáticos, dança, teatro, esportes, artes, aulas de flauta, além de noções de higiene e saúde.

Horário integral

A unidade vai trabalhar ainda em horário integral para os alunos do 6 ano.

- Como professor de matemática, dou aula de geometria básica só cortando papel. Outro professor dá aulas de flauta na hora do seu almoço - conta o professor Maurício.

A família dos alunos também vão participar das atividades. Nos fins de semana, o colégio dará oficinas aos pais. A dona de casa Cristiane Santos Carvalho, de 37 anos, não precisou esperar o início do projeto. Ela já faz parte de um coral junto com os filhos:

- Vi uma oportunidade de fazer algo com que sonhava.

Especialistas sugerem mudanças

Especialistas procurados pelo EXTRA reconhecem que o projeto Escolas do Amanhã é válido pela criação de uma iniciativa voltada para o atendimento das escolas que têm necessidades diferentes da maioria da rede, mas fazem críticas a sua implementação.

O professor Marcelo Burgos, do Departamento de Sociologia da PUC-Rio, responsável por uma pesquisa sobre escolas em áreas de risco, acredita que a medida deveria mobilizar os pais de alunos e os demais representantes da comunidade escolar.

- Essa política veio muito rápido, é válida, mas, tratando-se da escola, é importante valorizar os atores: professores, pais, alunos e funcionários de apoio. Uma família empenhada e em sintonia com a escola pode trazer bons resultados - diz Burgos.

Única metodologia

O coordenador do Observatório Jovem da Universidade Federal Fluminense (UFF), Paulo critica a existência de um método de ensino único para o projeto:

- Fiquei incomodado com a existência de um método único (Uerê-Mello, que instrui os professores a lidar com bloqueios de aprendizado provocados pela violência) para um conjunto grande de escolas. A rede municipal tende a reagir mal a políticas que não foram implementadas pelo diálogo.

Desempenho inferior nas avaliações

O desafio de melhorar o aprendizado nestas 150 escolas não será pequeno. Avaliações feitas nos alunos em março mostram que os colégios selecionados para o projeto Escolas do Amanhã tiveram desempenho inferior às demais unidades da rede municipal do Rio. O percentual de estudantes considerados analfabetos funcionais é maior nesses colégios localizados em áreas de risco.

Enquanto as demais escolas da rede têm 13,5% de analfabetos, o índice nas escolas do projeto é de 19,2%. Já a necessidade de reforço em português e matemática é de 23,4% na rede, e de 27,75% nas 150 escolas.

Maior taxa

As diferenças também acontecem entre as regiões onde estão localizadas as escolas. A 6 Coordenadoria Regional de Educação (CRE), que abrange os bairros do Irajá a Anchieta, tem o maior percentual de alunos considerados analfabetos funcionais (24,1%). A menor taxa está na 9CRE (Campo Grande, Cosmos e Santíssimo), 13,4%.

Para a coordenadora do Mais Educação, Jaqueline Moll, a expectativa é que o projeto amplie os horizontes de conhecimento dos alunos:

- Espero que o programa ajude a impactar os contextos de vulnerabilidade e abra portas para o mundo do conhecimento, esportes e cultura.

Em Quintino, alunos do pré-escolar criam e atuam em vídeos educativos

Rio - Escrito pelo francês Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944) em 1943 e lido por milhares de crianças, adolescentes e adultos, o livro O Pequeno Príncipe fala sobre a amizade sincera de um piloto de avião e uma criança. Em linhas gerais, ouvindo as histórias narradas pela criança, o adulto aprende valores de amizade, amor, companheirismo e humanidade, que julgava saber simplesmente pelo fato de ser “gente grande”.
Passando da ficção para a vida real, as crianças continuam não apenas aprendendo, mas também ensinando bastante aos adultos. Um exemplo disso são as 110 crianças, entre quatro e cinco anos de idade, da Escola Estadual de Ensino Fundamental República (EEEFR), que acabam de desenvolver um projeto educativo que, segundo seus realizadores, é inédito no estado: a elaboração de roteiros, escolha de personagens e atuação na gravação de vídeos infantis inteiramente concebidos e elaborados por elas próprias.
O "Projeto TV Criança – professores e crianças, sujeitos de direitos", desenvolvido em 2008 com apoio do edital Apoio à Melhoria do Ensino nas Escolas Públicas do Estado do RJ, tem a coordenação da professora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), Guaracira Gouvêa de Sousa, e a participação das professoras da EEEFR Luciene de Sousa e Maristela Porto, contempladas com APQ 1 (Auxílio Básico à Pesquisa) da FAPERJ, além da colaboração de todo o corpo docente, pais e alunos da escola.

Ao todo, foram produzidos 20 programas infantis, com uma média de 8 a 20 minutos de duração, editados e gravados em DVDs, e distribuídos ao final do ano para todos os pais. Segundo Luciene e Maristela, o material se transformou em um ‘portifólio vivo’ das atividades escolares.

"O mais gratificante do trabalho é podermos, ao final da edição, descobrirmos que os vídeos são muito mais que apenas um presente destinado a pais e mães ‘corujas’. Eles são histórias com lógica, começo, meio e fim, de qualidade, elaboradas, produzidas e protagonizadas por crianças de apenas quatro e cinco anos de idade" explica Luciene.
"O resultado final foi de tão boa qualidade que alguns trabalhos nossos foram aceitos e selecionados para participar de um festival de vídeos produzidos por crianças mais velhas, acima de sete anos, do colégio particular Oga Mitá" acrescenta Maristela.
Ela acrescenta ainda que o roteiro, a elaboração e os objetivos alcançados por todo o projeto ratificam as propostas apresentadas na carta produzida durante a 4ª Cúpula de Mídia para a Criança e o Adolescente, em 2004, no Rio.
No documento, crianças e adolescentes do Brasil e de outros países falam sobre o que gostariam de ver discutido no dia-a-dia e na mídia e fazem algumas propostas: criação de espaços na escola em que os nos tivessem contato prático com determinada mídia, locais de produção e circulação de programas realizados por crianças, e ainda que fosse incluída uma atenção às crianças e adolescentes portadores de necessidades especiais.

A professora Luciene de Sousa chama a atenção para o vídeo “O Aniversário de Pedrinho”, considerado o roteiro mais bem elaborado de todos os vinte programas do DVD. Ele conta uma história passada no Sítio do Pica-Pau Amarelo, em que personagens de outras histórias como “o incrível Hulk” e o “Sportacus" (vilão do Lazy Town, desenho animado exibido em canal de TV por assinatura) também participam.

A Cuca não foi convidada, mas aparece de surpresa, lança um feitiço no bolo e foge. Quando todos cantam parabéns, o bolo explode. O Sportacus, transformado em herói na história criada pelas crianças, captura a Cuca e a faz pedir desculpas. Ela é perdoada, se arrepende e termina se divertindo na festa com os novos amigos.

- Ao interpretar a criação deste vídeo, podemos perceber aspectos do que a educadora Solange Jobim e Souza definiu como ‘reelaboração criativa’. Ou seja, as crianças não fazem somente copiar o que consomem da mídia, mas modificam e subvertem os modelos da TV, criando programas que nunca existiram e misturando espaço-tempo e personagens de histórias bem diferentes - explica Luciene.

Outro tipo de vídeo foi desenvolvido em junho, como uma espécie de oficina de criação, com uma hora de duração para cada turma. A idéia era ver se, naquele espaço de tempo, as crianças teriam capacidade de se organizar em grupo e construir uma narrativa coletiva. A professora Maristela Porto toma como exemplo a atividade produzida por uma das turmas.

O trabalho foi dividido em três momentos. No primeiro, explicava-se às crianças que elas teriam liberdade para construir a história e dizer como queriam que fosse filmada. Elas não apenas demonstraram compreender a atividade, como foram capazes de mostrar o que gostariam de filmar. Na segunda parte, elas escolheram a sala de jogos como o local de filmagens e decidiram usar fantasias.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Prefeitura do Rio antecipa 13º, mas adia reajuste de servidores

O DIA ON LINE - 25/06/2009

Para frustração do funcionalismo, aumento atrelado à inflação medida pelo IPCA-E não virá mais com salários de junho. Índice de pelo menos 4,89% não tem data para ser pago, caso contrário o abono só sairia em novembro, diz secretário

POR ALESSANDRA HORTO, RIO DE JANEIRO

Rio - O prefeito do Rio, Eduardo Paes, decretou ontem que os 160 mil servidores ativos, inativos e pensionistas das administrações direta e indireta vão receber a primeira parcela do 13º salário em julho, e não mais em agosto como anunciado desde o início do ano. Já o esperado reajuste linear anual dos vencimentos não será creditado este mês, como no ano passado. E, pior, ainda não tem data para entrar em vigor, apesar de ontem o IBGE ter divulgado o IPCA-E acumulado nos últimos 12 meses: 4,89%. O índice de inflação indexa, por lei, o reajuste de impostos municipais e dos salários do funcionalismo.

Secretário da Casa Civil, Pedro Paulo Carvalho explicou a O DIA que a prefeitura teve que fazer uma escolha: ou adiava o reajuste dos salários dos servidores, ou pagava a primeira parcela do 13º só em novembro: “Achamos por bem que o servidor seria mais beneficiado se recebesse parte do abono natalino um mês antes do que estava acostumado”. O primeiro grupo dos servidores (inativos e pensionistas) vai receber o 13º no dia 1º, com os salários congelados de junho. O segundo (ativos), no dia 2.

Pedro Paulo também afirmou que a decisão foi tomada pensando nos professores que saem de licença este mês — assim, eles poderiam aproveitar os dias com o dinheiro adicional. Além de ajudar os servidores a quitar dívidas.

Apesar de não ter definido quando será pago o reajuste, Pedro Paulo garantiu que o índice acumulado do IPCA-E será proporcional ao mês escolhido: “Se sair em julho, será relativo ao IPCA-E dos últimos 13 meses. Se for em agosto, 14 meses. Em setembro, 15 meses”, exemplificou, garantindo que o aumento sairá este ano.

O adiamento do reajuste confronta com dados recentes divulgados pelo município, que teve o melhor desempenho fiscal entre as principais cidades do País. No primeiro quadrimestre de 2009, as receitas somaram R$ 3,9 bilhões.

Contenção de gastos motivou a decisão

A prefeitura explica que 2009 é um ano de ajustes e que não seria possível pagar o aumento e antecipar o 13º salário no mesmo mês. “É necessário fazer cortes de gastos para reorganizar o orçamento. Essa tem sido a nossa política adotada desde janeiro”, explicou o secretário Pedro Paulo Carvalho.

A antecipação do abono um mês antes do previsto foi a forma de recompensar os servidores municipais, que certamente vão cobrar o cumprimento das promessas de campanha do prefeito Eduardo Paes, de não modificar o modelo de reajuste salarial. Outra novidade é que os funcionários das empresas públicas também terão direito à antecipação do 13º.

O aumento salarial em julho não é determinado em lei, mas há pelo menos 16 anos o funcionalismo municipal recebia o reajuste naquele mês. O valor atual da folha de pagamento do servidor ativo é de aproximadamente R$ 216 milhões. O da de inativos, R$ 114 milhões.

Quem chutar no Enem terá pontuação menor, adverte Ministério da Educação

RICARDO GALLO
da Folha de S.Paulo

O Ministério da Educação adverte: não adianta chutar no Enem. Será possível identificar, com base no padrão das respostas de cada candidato, quem acertou aleatoriamente uma determinada questão.
Mais: no cálculo da nota, o peso atribuído ao acerto do "chutador" será inferior ao dos que responderam de modo correto por dominar o tema.

O sistema antichute é uma das características da TRI (Teoria de Resposta ao Item), adotada no novo Enem. Criado para substituir o vestibular nas universidades federais, o exame ocorre em 3 e 4 de outubro.
Com a TRI, as perguntas são "inteligentes" --sabe-se o perfil de quem acerta com maior probabilidade as mais fáceis, as intermediárias e as difíceis.

Isso ocorre graças a um banco com milhares de respostas de alunos que atualmente testam as questões do Enem. Além de estabelecer padrões de resposta, o teste também seleciona quais serão as 180 questões que comporão o Enem.

Participam dessa etapa estudantes do segundo ano do ensino médio e universitários primeiranistas. Os alunos do terceiro ano do ensino médio, público-alvo do Enem, ficaram de fora --para não terem acesso a uma pergunta que possam encontrar no exame.

É o padrão das milhares de respostas que revela o chute. Estatisticamente, quem erra questões mais fáceis não acerta as difíceis. Do mesmo modo, os que acertam as mais complexas não erram nas simples.
"É assim que a TRI permite identificar prováveis chutes na hora de calcular a nota do estudante", diz Heliton Tavares, diretor de Avaliação da Educação Básica do Inep (órgão do MEC responsável pelo Enem).

O segredo: coerência

Com um mecanismo que detecta respostas fora do padrão, qual o segredo para ir bem em uma prova como a do Enem? Ter um índice de acertos equilibrado e "coerente", diz Tadeu da Ponte, coordenador do vestibular do Insper (ex-Ibmec-SP) . A instituição adotou pela primeira vez a TRI no vestibular de 31 de maio. A vantagem, segundo ele: maior precisão para escolher candidatos --e um vestibular com um número menor de perguntas.

Acertos
Também em razão da TRI, a prova do Enem não será avaliada pelo percentual de acertos, como em um vestibular convencional. Embora também leve em conta quem acerta mais, o exame atribui um peso a cada pergunta ou grupo delas --assim, responder de modo correto oito em dez questões não representa 80% na nota final.

Tavares usa o esporte para comparar os dois mecanismos: o vestibular clássico é o futebol, em que fazer gol vale um; o Enem, o basquete --em que é possível, a depender da distância, fazer dois ou três pontos.
O resultado será específico para cada tema (português, matemática, ciências da natureza e ciências humanas). Não haverá nota, mas sim uma pontuação que, em uma escala, definirá o grau de habilidades e conhecimentos do aluno. O mais provável é que a escala vá de 100 a 500 pontos, diz o Inep.
Sobre a divisão de questões, diz o diretor do Inep, é provável que o exame tenha 25% de fáceis, 50% de intermediárias e 25% de difíceis.

Há necessidade de perguntas mais simples porque o Enem não será usado apenas como vestibular das federais. Servirá também para avaliar o conhecimento dos alunos que deixam o ensino médio, para aqueles que fizeram o antigo supletivo e para quem quer entrar no ProUni -programa que dá bolsas para alunos de baixa renda em universidades particulares.

Lei garante matrícula no Ensino Fundamental para crianças de 6 anos

O DIA ON LINE, 24 de junho de 2009

Lei garante matrícula no Ensino Fundamental para crianças de 6 anos

Rio - O Diário Oficial desta terça-feira publicou lei sancionada pelo governador Sérgio Cabral que dispõe que terá direito à matrícula no primeiro ano do Ensino Fundamental de nove anos, a criança que completar seis anos até o dia 31 de dezembro do ano em curso.

ALei 5488, de autoria do Comte Bittencourt, passou a vigorar na data de sua publicação.

domingo, 21 de junho de 2009

Ambiente escolar é preconceituoso

17/06/2009 - 18h08

Pesquisa indica que 99,3% das pessoas no ambientes escolar são preconceituosas

Da Agência Brasil

Pesquisa realizada em 501 escolas públicas de todo o país, baseada em entrevistas com mais de 18,5 mil alunos, pais e mães, diretores, professores e funcionários, revelou que 99,3% dessas pessoas demonstram algum tipo de preconceito étnico-racial, socioeconômico, com relação a portadores de necessidades especiais, gênero, geração, orientação sexual ou territorial.

O estudo, divulgado nesta quarta-feira (17), em São Paulo, e pioneiro no Brasil, foi realizado com o objetivo de dar subsídios para a criação de ações que transformem a escola em um ambiente de promoção da diversidade e do respeito às diferenças.

De acordo com a pesquisa Preconceito e Discriminação no Ambiente Escolar, realizada pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) a pedido do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), 96,5% dos entrevistados têm preconceito com relação a portadores de necessidades especiais, 94,2% têm preconceito étnico-racial, 93,5% de gênero, 91% de geração, 87,5% socioeconômico, 87,3% com relação à orientação sexual e 75,95% têm preconceito territorial.

Segundo o coordenador do trabalho, José Afonso Mazzon, professor da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo), a pesquisa conclui que as escolas são ambientes onde o preconceito é bastante disseminado entre todos os atores. "Não existe alguém que tenha preconceito em relação a uma área e não tenha em relação a outra. A maior parte das pessoas tem de três a cinco áreas de preconceito. O fato de todo indivíduo ser preconceituoso é generalizada e preocupante", disse.

Com relação à intensidade do preconceito, o estudo avaliou que 38,2% têm mais preconceito com relação ao gênero e que isso parte do homem com relação à mulher. Com relação à geração (idade), 37,9% têm preconceito principalmente com relação aos idosos. A intensidade da atitude preconceituosa chega a 32,4% quando se trata de portadores de necessidades especiais e fica em 26,1% com relação à orientação sexual, 25,1% quando se trata de diferença socioeconômica, 22,9% étnico-racial e 20,65% territorial.

O estudo indica ainda que 99,9% dos entrevistados desejam manter distância de algum grupo social. Os deficientes mentais são os que sofrem maior preconceito com 98,9% das pessoas com algum nível de distância social, seguido pelos homossexuais com 98,9%, ciganos (97,3%), deficientes físicos (96,2%), índios (95,3%), pobres (94,9%), moradores da periferia ou de favelas (94,6%), moradores da área rural (91,1%) e negros (90,9%).

De acordo com o diretor de Estudos e Acompanhamentos da Secad (Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade) do MEC (Ministério da Educação), Daniel Chimenez, o resultado desse estudo será analisado detalhadamente uma vez que o MEC já demonstrou preocupação com o tema e com a necessidade de melhorar o ambiente escolar e de ampliar ações de respeito à diversidade.

"No MEC já existem iniciativas nesse sentido [de respeito à diversidade], o que precisa é melhorar, aprofundar, alargar esse tipo de abordagem, talvez até para a criação de um possível curso de ambiente escolar que reflita todas essas temáticas em uma abordagem integrada", disse.

Flávia Albuquerque

sábado, 20 de junho de 2009

Brasil é o país que mais desperdiça aula com bronca

17/06/2009 - 10h16

Brasil é o país que mais desperdiça aula com bronca

ANTÔNIO GOIS da Folha de S.Paulo, no Rio

Os professores brasileiros são os que mais desperdiçam com outras atividades o tempo que deveria ser dedicado ao ensino. No período em que deveriam estar dando aula, eles cumprem tarefas administrativas (como lista de chamada e reuniões) ou tentam manter a disciplina em sala de aula (em consequência do mau comportamento dos alunos).

A conclusão é de um dos mais detalhados estudos comparativos sobre as condições de trabalho de professores de 5ª a 8ª séries de 23 países, divulgado ontem pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). A pesquisa foi feita em 2007 e 2008.

O resultado não surpreendeu Roberto de Leão, presidente da Confederação Nacional de Trabalhadores em Educação.

"Não li a pesquisa, mas é fato que muito do tempo do professor é roubado por tarefas que não deveriam ser dele. Ele precisa muitas vezes fazer a função de psicólogo, pai ou assistente social, já que todos os problemas sociais acabam convergindo para a escola."

Mozart Neves Ramos, presidente-executivo do movimento Todos Pela Educação, conta que, quando foi secretário de Educação em Pernambuco, vivenciou isso na prática.

"Fizemos uma pesquisa com o Banco Mundial que mostrou que boa parte do tempo do professor era para resolver questões que deveriam ser de responsabilidade de outros profissionais. Mas também detectamos que se perdia tempo com o professor falando de outros assuntos, em vez de tratar do conteúdo daquela disciplina."

O relatório da OCDE mostra que a maioria (71%, maior percentual registrado) dos professores brasileiros começou a dar aulas sem ter passado por um processo de adaptação ou monitoria. A média dos países nesse quesito é de 25%.

Os brasileiros também são dos que mais afirmam (84%) que gostariam de participar de cursos de desenvolvimento profissional. Esse percentual só é maior no México (85%).

As informações foram colhidas em questionários respondidos por diretores e professores de escolas (públicas e privadas) selecionadas por amostra. No Brasil, 5.687 professores responderam ao questionário, aplicado em 2007 e 2008.

Leão e Ramos concordam com o diagnóstico de que poucos professores passam por um processo de adaptação.

"Muitas vezes, o secretário tem que preencher logo as vagas após um concurso para não deixar alunos sem aula. É como trocar o pneu do carro em movimento, quando o ideal seria ter um tempo para preparar melhor o profissional que começará a dar aulas", diz Ramos.

Esse problema se agrava com a constatação na pesquisa de que os professores brasileiros trabalham com turmas com número de alunos (32) acima da média (24). Apenas no México, na Malásia e na Coreia do Sul essa relação é maior.

Eles também têm menos experiência em sala de aula do que a média --só 19% dão aula há mais de 20 anos; a média de todas as nações comparadas é 36%. Estão abaixo da média (89,6%) ainda no nível de satisfação com o trabalho: 84,7%, o quarto menor índice.

Diretores

A pesquisa investigou a visão dos diretores sobre problemas que afetam o aprendizado. O Brasil fica acima da média em questões como absenteísmo de docentes, atrasos e falta de formação pedagógica adequada.

Também foram listados problemas relacionados a alunos, como vandalismo, agressões ou trapaças no momento da prova.

A indisciplina se mostrou um problema mundial. Na média dos países, 60% dos diretores afirmaram ter, em alguma medida, distúrbios em sala de aula provocados pelo problema.

O México tem o maior percentual (72%); o Brasil tem exatamente o índice da média.

Diretores brasileiros foram dos que mais relataram ter pouca ou nenhuma autonomia para contratar, demitir ou promover professores por seu desempenho em sala de aula. No Brasil, só 27% disseram que podem escolher os professores. A média dos países é de 68%.

Preconceito piora desempenho de alunos, diz pesquisa

18/06/2009 - 08h24

Preconceito piora desempenho de alunos, diz pesquisa

MARIANA BARROS da Folha de S.Paulo

Alunos zombando de outros alunos, de professores ou de funcionários do local onde estudam é, mais do que brincadeira de mau gosto, sinal de pior rendimento escolar.

Uma pesquisa realizada pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) a pedido do MEC (Ministério da Educação) demonstrou que, quanto mais preconceito e práticas discriminatórias existem em uma escola pública, pior é o desempenho de seus estudantes.

Entre as experiências mais nocivas vividas por esses jovens está o bullying, que é a humilhação perante colegas por motivo de intolerância.

As consequências na performance estudantil são mais graves quando as vítimas de zombaria são os professores. Entre os alunos, os principais alvos são, respectivamente, negros, pobres e homossexuais.

Para chegar a essa associação entre o grau de intolerância e o desempenho escolar, o estudo considerou os resultados da Prova Brasil de 2007, exame de habilidades de português e matemática realizado por quem cursa da 4ª à 8ª série do ensino fundamental da rede pública.

A conclusão foi que as escolas com notas mais baixas registraram maior aversão ao que é diferente. O MEC não informou que medidas pretende tomar a respeito dessa constatação.

"A conjectura que podemos fazer é que o bullying gera um ambiente que não é propício ao aprendizado", afirma o economista José Afonso Mazzon, coordenador da pesquisa.

"Não é uma questão de política educacional, mas de governo, de Estado. O indivíduo que nasce negro, pobre e homossexual está com um carimbo muito sério pela vida toda", diz Mazzon, para quem o preconceito vem normalmente da própria família. "Para alterar uma situação como essa acredito que levará gerações."

Foram entrevistadas 18.600 pessoas, entre alunos, pais, diretores, professores e funcionários de 501 escolas de todo o Brasil. Entre os estudantes, participaram da pesquisa os que cursam a 7ª ou a 8ª série do ensino fundamental, a 3ª ou a 4ª série do ensino médio e o antigo supletivo, o EJA (Educação para Jovens e Adultos). Do total estudantil, 70% têm menos de 20 anos.

Bom para refletir e ver o que serve para cada um

1. A educação não pode ser delegada à escola. Aluno é transitório. Filho é para sempre.



2. O quarto não é lugar para fazer criança cumprir castigo. Não se pode castigar alguém com internet, som, tv, etc.


3. Educar significa punir as condutas derivadas de um comportamento errôneo. Queimou índio pataxó, a pena (condenação judicial) deve ser passar o dia todo em hospital de queimados.


4. Confrontar o que o filho conta com a verdade real. Se falar que professor o xingou, tem que ir até a escola e ouvir o outro lado, além das testemunhas.


5. Informação é diferente de conhecimento. O ato de conhecer vem após o ato de ser informado de alguma coisa. Não são todos que conhecem. Conhecer camisinha e não usar significa que não se tem o conhecimento da prevenção que a camisinha proporciona.


6. A autoridade deve ser compartilhada entre os pais. Ambos devem mandar. Não podem sucumbir aos desejos da criança. Criança não quer comer? A mãe não pode alimentá-la. A criança deve aguardar até a próxima refeição que a família fará. A criança não pode alterar as regras da casa. A mãe NÃO PODE interferir nas regras ditadas pelo pai (e nas punições também) e vice-versa. Se o pai disse que não ganhará doce, a mãe não pode interferir. Tem que respeitar sob pena de criar um delinquente. Em casa que tem comida, criança não morre de fome . Se ela quiser comer, saberá a hora. E é o adulto tem que dizer QUAL É A HORA de se comer e o que comer.


7. A criança deve ser capaz de explicar aos pais a matéria que estudou e na qual será testada. Não pode simplesmente repetir, decorado. Tem que entender.


8. Temos que produzir o máximo que podemos, pois na vida não podemos aceitar a média exigida pelo colégio. Não podemos dar 70% de nós, ou seja, não podemos tirar 7,0.


9. As drogas e a gravidez indesejada estão em alta porque os adolescentes estão em busca de prazer. E o prazer é inconsequente, pois aquela informação, de que droga faz mal, não está gerando conhecimento.


10. A gravidez é um sucesso biológico, e um fracasso sob o ponto de vista sexual.


11. Maconha não produz efeito só quando é utilizada. Quem está são, mas é dependente, agride a mãe para poder sair de casa, para da droga fazer uso. A mãe deve, então, virar as costas e não aceitar as agressões. Não pode ficar discutindo e tentando dissuadi-lo da idéia. Tem que dizer que não conversará com ele e pronto. Deve 'abandoná-lo'.


12. A mãe é incompetente para 'abandonar' o filho. Se soubesse fazê-lo, o filho a respeitaria. Como sabe que a mãe está sempre ali, não a respeita.


13. Homem não gosta quando a mulher vem perguntar: 'E aí, como foi o seu dia?'. O dia, para o homem, já foi, e ele só falará se tiver alguma coisa relevante. Não quer relembrar todos os fatos do dia..


14. Se o pai ficar nervoso porque o filho aprontou alguma coisa, não deve alterar a voz. Deve dizer que está nervoso e, por isso, não quer discussão até ficar calmo. A calmaria, deve o pai dizer, virá em 2, 3, 4 dias. Enquanto isso, o videogame, as saídas, a balada, ficarão suspensas, até ele se acalmar e aplicar o devido castigo.


15. Se o filho não aprendeu ganhando, tem que aprender perdendo.


16. Não pode prometer presente pelo sucesso que é sua obrigação. Tirar nota boa é obrigação. Não xingar avós é obrigação. Ser polido é obrigação. Passar no vestibular é obrigação. Se ganhou o carro após o vestibular, ele o perderá se desistir ou for mal na faculdade.


17. Quem educa filho é pai e mãe. Avós não podem interferir na educação do neto, de maneira alguma. Jamais. Não é cabível palpite. Nunca.


18. Mães, muitas são loucas. Devem ser tratadas. (palavras dele).


19. Se a mãe engolir sapos do filho, a sociedade terá que engolir os dele.


20. Videogames são um perigo. Os pais têm que explicar como é a realidade. Na vida real, não existem 'vidas', e sim uma única vida. Não dá para morrer e reencarnar. Não dá para apostar tudo, apertar o botão e zerar a dívida.


21. Professor tem que ser líder. Inspirar liderança. Não pode apenas bater cartão.


22. Pai não pode explorar o filho por uma inabilidade que o próprio pai tenha. 'Filho, digite tudo isso aqui pra mim porque não sei ligar o computador'. O filho tem que ensiná-lo para aprender a ser líder. Se o filho ensina o líder (pai), então ele também será um líder. Pai tem que saber usar o Skype, pois no mundo em que a ligação é gratuita pelo Skype, é inconcebível o pai pagar para falar com o filho que mora longe.


23. O erro mais frequente na educação do filho é colocá-lo no topo da casa. Não há hierarquia. O filho não pode ser a razão de viver de um casal. O filho é um dos elementos. O casal tem que deixá-lo, no máximo, no mesmo nível que eles. A sociedade pagará o preço quando alguém é educado achando-se o centro do universo.


24. Filhos drogados são aqueles que sempre estiveram no topo da família.


25. Cair na conversa do filho é criar um marginal. Filho não pode dar palpite em coisa de adulto. Se ele quiser opinar sobre qual deve ser a geladeira, terá que saber qual é o consumo (KWh) da que ele indicar. Se quiser dizer como deve ser a nova casa, tem que dizer quanto que isso (seus supostos luxos) incrementará o gasto final.


26. Dinheiro 'a rodo' para o filho é prejudicial. Tem que controlar e ensinar a gastar.

Palestra ministrada pelo Dr. Içami Tiba, Psiquiatra, em Curitiba, 23/07/08. Médico pela Faculdade de Medicina da USP. Psiquiatra pelo Hospital das Clínicas da FMUSP.. Professor-Supervisor de Psicodrama de Adolescentes pela Federação Brasileira de Psicodrama. Membro da Equipe Técnica da Associação Parceria Contra Drogas - APCD.
Membro Eleito do Board of Directors of the International Association of Group Psychotherapy. Conselheiro do Instituto Nacional de Capacitação e Educação para o Trabalho "Via de Acesso". Professor de diversos cursos e workshops no Brasil e no Exterior.
Criou a Teoria Integração Relacional, na qual se baseiam suas consultas, workshops, palestras, livros e vídeos.
Em pesquisa realizada em março de 2004, pelo IBOPE, entre os psicólogos do Conselho Federal de Psicologia, os entrevistados colocaram o Dr. Içami Tiba como terceiro autor de referência e admiração - o primeiro nacional.

  • 1º- lugar: Sigmund Freud;
  • 2º- lugar: Gustav Jung;
  • 3º- lugar: Içami Tiba.



Você não pode evitar que os problemas batam à sua porta, mas não há necessidade de oferecer-lhes uma cadeira"

(Joseph Joubert)

terça-feira, 16 de junho de 2009

Conferência Nacional de Educação – CONAE

A Conferência Nacional de Educação – CONAE é um espaço democrático aberto pelo Poder Público para que todos possam participar do desenvolvimento da Educação Nacional.

Está sendo organizada para tematizar a educação escolar, da Educação Infantil à Pós Graduação, e realizada, em diferentes territórios e espaços institucionais, nas escolas, municípios, Distrito Federal, estados e país.

Estudantes, Pais, Profissionais da Educação, Gestores, Agentes Públicos e sociedade civil organizada de modo geral, terão em suas mãos, a partir de janeiro de 2009, a oportunidade de conferir os rumos da educação brasileira.

Tema da CONAE, definido por sua Comissão Organizadora Nacional, será: Construindo um Sistema Nacional Articulado de Educação: Plano Nacional de Educação, suas Diretrizes e Estratégias de Ação.

A CONAE acontecerá em Brasília, em abril de 2010, será precedida de Conferências Municipais, previstas para o primeiro semestre de 2009 e de Conferências Estaduais e do Distrito Federal programadas para o segundo semestre do mesmo ano.

O município do Rio de Janeiro promoverá a Etapa Preparatória no próximo dia 27 de junho, das 9h às 13h, em dez locais listados ao final desta página.

Divulgue sobre este evento em toda a sua comunidade. A participação de todos é muito importante para possibilitar o conhecimento das ações em curso, travar discussões e propor estratégias que garantam uma educação cada vez mais qualificada para os cidadãos de nossa cidade e país.

Locais Etapa Preparatória:


E/SUBE/1ª CRE
Centro de Referência da Educação Pública da Cidade do Rio de Janeiro
Av Presidente Vargas, 1.314 - Centro

E/SUBE/2ª CRE
Escola Municipal Argentina
Av. 28 de Setembro, 125 - Vila Isabel

E/SUBE/3ª CRE
Colégio Imaculado Coração de Maria
Aristides Caire, 141 - Méier

E/SUBE/4ª CRE
Escola Municipal Grécia
Av. Brás de Pina, 1.614 - Vila da Penha

E/SUBE/5ª CRE
Escola Municipal Waldemar Falcão
Praça Jaguaré, 53 - Oswaldo Cruz

E/SUBE/6ª CRE
Escola Municipal Monte Castelo
Rua Ouseley, s/nº - Coelho Neto

E/SUBE/7ª CRE
Escola Municipal Pio X
Rua Serra Negra, 103 - Tanque - Jacarepaguá

E/SUBE/8ª CRE
Escola Municipal Collechio
Rua Baía Formosa, s/nº - Bangú

E/SUBE/9ª CRE
Auditório da UNISUAM
Rua Alfredo de Moraes, em frente à rua Domingos do Couto - Centro - Campo Grande

E/SUBE/10ª CRE
Escola Municipal Fernando de Azevedo
Rua das Palmeiras Imperiais, s/nº - Santa Cruz

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Voluntários

POR MARIA LUISA BARROS, RIO DE JANEIRO – JORNAL O DIA , 14/06/2009



Rio - Banheiros depredados, salas pichadas e cozinha com baratas pelos cantos. Há cinco anos, esse era o cenário do Colégio Estadual Murilo Braga, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Como abelhas obreiras, os voluntários foram chegando para mudar o ambiente escolar. O maestro Edir Pereira da Silva, 43 anos, conseguiu a doação de bumbos, surdos e liras. Comerciantes do bairro pagaram as camisas da banda, que hoje tem 80 músicos, 30 instrumentos, 25 alunos na fila de espera e nenhuma pichação. Junto com Edir, vieram Tony, Sebastião e tantos outros.



Nos últimos anos, escolas e voluntários descobriram que, juntos, podem melhorar a qualidade da educação brasileira. Uma enorme colônia social que não para de crescer. De acordo com o Instituto Faça Parte, em 2003, 8.766 colégios em todo o País receberam o Selo Escola Solidária. De lá para cá, 20.548 foram certificadas por desenvolver projetos voluntários com suas comunidades. No Estado do Rio, 1.075 unidades já contam com o trabalho solidário de 1.765 pessoas. Um dos programas da Unicef desenvolve ações em 465 escolas no Estado do Rio — 6. 653 em todo o Brasil. Só na capital, 610 colégios municipais receberam este ano o apoio de 1.300 voluntários, selecionados entre 3.650 candidatos para trabalhar no Reforço Escolar da Prefeitura do Rio.



A enorme procura de voluntários levou a Secretaria Municipal de Educação a prorrogar as inscrições. Ronaldo de Souza Fróes, 18 anos, é um deles. Duas vezes na semana, ele acorda às 4h para estar às 7h na Faculdade de Direito, no Centro. Ao meio-dia, volta a Cosmos, onde almoça rápido. Dezessete crianças esperam por ele na Escola Municipal Apolônio de Carvalho. “Não me importo de perder as tardes. Só a alegria que eles sentem, quando recebem ajuda, paga tudo”, conta Ronaldo, que usa guloseimas para ensinar divisão.



Rotina solidária que também acompanha a psicóloga Mara da Conceição, 50 anos. Ela dá aulas de reforço a 22 adolescentes na Escola Municipal Alba Canizares do Nascimento, em Inhoaíba, na Zona Oeste, onde está metade (51.159) dos estudantes com dificuldades em Português e Matemática. “Fico quatro horas na escola.



Acho muito pouco pela defasagem que eles têm”, diz Mara. O arqueólogo Geoffrey Kavanagh, 45 anos, tirou três meses de licença do trabalho na Inglaterra para ensinar Inglês a jovens do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo. Geoffrey é um dos 159 voluntários do Solar Meninos de Luz, obra social espírita, em Copa.



Educadora da Uerj, Alzira Batalha crê que o trabalho voluntário não pode ser usado para suprir déficit de professores: “Cabe ao poder público garantir recursos materiais e humanos nas escolas.Por que não expande a carga horária do professor por tempo integral? Falta prioridade no gasto dos recursos”. Coordenadora do Rio Voluntário, Cláudia Presotto defende a ação social contra a violência e a evasão escolar: “Quando a sociedade se envolve, a escola se torna o centro comunitário. Isso não é caridade, é cidadania”.



Livros de poesia e palco de garrafa PET

Há cinco anos, o educador cultural Tony Maneiro, 57 anos, dedica algumas horas na semana para dar aulas de Teatro e oficinas de leitura para alunos do Colégio Estadual Professor Murilo Braga, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. A ação surtiu efeito no boletim e na biblioteca, que, antes vazia, passou a ficar lotada. Em breve, eles vão lançar um livro de poesias. Mas faltava um lugar onde pudessem encenar as peças teatrais. A solução veio de outro voluntário da escola, o professor aposentado Sebastião Feijó, 62 anos. Durante quatro meses, os alunos recolheram 10.400 garrafas PET, dois galões de cola e 18 metros de plástico e montaram um palco ecológico no auditório da escola.



Como se candidatar

A Secretaria Municipal de Educação continua convocando voluntários para trabalhar no Programa de Reforço Escolar da rede. Poderão participar pessoas que tenham pelo menos o Ensino Médio completo e professores aposentados. Quem precisar receberá R$ 100 para gastos com transporte e alimentação. Inscrições pela Internet, através do site da SME (www.rio.rj.gov.br/sme) ou pelo telefone (21) 2503-2498.



O Rio Voluntário também está cadastrando pessoas para trabalhar em ações comunitárias. Pelo site www.riovoluntario.org.br, o candidato conhece todas as oportunidades de trabalho voluntário. O cadastro pode ser feito pelo telefone (2262-1110), no ramal 461, ou pelo e-mail voluntariado@riovoluntario.org.br. Antes de ir para as escolas, todos são capacitados pela ONG.

RESOLUÇÃO SME Nº 1029 , DE 10 DE JUNHO DE 2009.

DIARIO OFICIAL DE 15 DE JUNHO DE 2009

ATO DA SECRETÁRIA

RESOLUÇÃO SME Nº 1029 , DE 10 DE JUNHO DE 2009.

Dispõe sobre orientações relativas à idade mínima para matrículas de crianças em turmas de Berçário I nas Creches Públicas Municipais.

A SECRETÁRIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO, no uso das atribuições que lhe são conferidas pela legislação em vigor e

CONSIDERANDO que o contexto familiar propicia um ambiente facilitador do desenvolvimento do bebê nos três primeiros meses de vida,

CONSIDERANDO que o aleitamento materno, além de estimular a relação afetiva do bebê com a mãe, exerce importante papel no desenvolvimento da criança e na ampliação do sistema imunológico infantil,

CONSIDERANDO que nos primeiros meses de vida os bebês, em convívio no coletivo infantil, ficam mais vulneráveis a doenças da infância;

CONSIDERANDO que o ato de cuidar e educar implica responsabilidades que devem ser compartilhadas entre a família e a creche.

RESOLVE:

Art. 1º A matrícula inicial no Berçário I das Creches Públicas Municipais destinar-se-á a crianças com idade a partir de 3 (três) meses completos até o dia anterior à data da publicação do ato oficial de abertura do processo de matrículas para a Educação Infantil na Rede Pública de Ensino.

Art. 2º Os casos omissos serão resolvidos pela Gerência de Educação Infantil da Coordenadoria de Educação da Subsecretaria de Ensino – E/SUBE/CED/EI.

Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Rio de Janeiro, 10 de junho de 2009.

Claudia Costin

domingo, 14 de junho de 2009

LIVROS RECOLHIDOS


> LIVROS RECOLHIDOS
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> ou: Uma variante da gripe suína ... na educação.
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> Educação
> Governo de SP recolhe das escolas mais quatro livros inadequados para crianças
> Publicada em 29/05/2009 às 21h19m ( O GLOBO )
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> SÃO PAULO - O governo de São Paulo mandou retirar mais quatro livros das escolas da rede pública estadual nesta sexta-feira. De acordo com a secretaria de Estado da Educação, as obras, que faziam parte do programa de melhoria da alfabetização, tinham conteúdo preconceituoso e eram inadequadas para a faixa etária a que estavam destinadas. Não foi informado o número de exemplares que foram distribuídos. Até agora, seis dos 817 livros do programa "Ler e Escrever" foram recolhidos. Uma sindicância está apurando as responsabilidades pelos erros no processo de seleção e compra dos títulos.
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> Dos quatro livros retirados da lista nesta sexta-feira pelo governo José Serra um continha conteúdo preconceituoso: "Um Campeonato de Piadas", de Laerte Sarrumor e Guca Domenico, da editora Nova Alexandria. Por serem inadequados para a faixa etária estavam: "O Triste Fim do Menino Ostra e Outras Histórias", de Tim Burton, da editora Girafinha; "Memórias Inventadas - A Infância", de Manoel de Barros, da editora Planeta, das salas do Programa de Recuperação Intensiva da quarta série; e "Manual de Desculpas Esfarrapadas: casos de humor", de Leo Cunha, editora FTD. Esse último era dedicado às salas do Programa de Recuperação Intensiva da 4ª série.
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> O secretário Paulo Renato Souza, ex-ministro da Educação, resolveu fazer um pente fino na lista do programa depois que foram descobertos os primeiros livros com conteúdos inadequados. Nesta quinta-feira, Paulo Renato anunciou a retirada de um material de apoio para alunos do 3º ano do ensino fundamental. Havia tom irônico e de difícil compreensão para as crianças em uma da poesia 'Manual de auto-ajuda para supervilões', escrita pelo poeta mato-grossense Joca Reiners Terron. Uma frase diz: 'Nunca ame ninguém. Estupre'.
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> No mesmo poema, os alunos ainda encontraram frases como 'Tome drogas, pois é sempre aconselhável ver o panorama do alto' e 'Seja um pouco efeminado. Isso sempre funciona com estilistas'. A outra poesia, 'Perdido nas cidades', tem um trecho que fala de um esquimó: "Meu amigo esquimó nunca me deixa só. E, quando estou prestes a congelar, ele mija em cima de mim". O livro foi selecionado por um grupo de professores do programa "Ler e Escrever". Segundo Paulo Renato, o material é destinado a adolescentes e não a crianças de 9 anos. Ele admitiu que o livro pode causar problemas nos desenvolvimento das crianças.
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> Na semana passada, o governo já havia mandado recolher mil exemplares de um livro que continha palavrões e expressões de conteúdo sexual: "Dez na área, um na banheira e Ninguém no Gol, uma coletânea de histórias em quadrinhos de vários autores sobre futebol, também distribuído para a terceira série.
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> Em março, alunos da 6ª série do ensino fundamental receberam livros de Geografia com informação errada, em que o Paraguai aparecia duas vezes no mapa e o Equador sequer era ilustrado.
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> Paulo Renato explicou que a Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) compra os livros, que são encaminhados para os coordenadores pedagógicos do programa Ler e Escrever. Segundo ele, houve erro grave na seleção dos livros e não foram seguidos os critérios definidos pela própria equipe da FDE.
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> - Logo que surgiu o primeiro problema, pedimos à coordenação do programa que revisasse os livros - disse Paulo Renato.

Mais de 130 mil livros são recolhidos em Santa Catarina

> > Mais de 130 mil livros são recolhidos em Santa Catarina
> Plantão | Publicada em 29/05/2009 às 21h11m
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> Juraci Perboni, especial para O Globo
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> FLORIANÓPOLIS - A Secretaria de Educação de Santa Catarina recolheu na quinta-feira 130 mil exemplares da obra "Aventuras Provisórias", do escritor catarinense Cristóvão Tezza(*), que haviam sido distribuídos às escolas da rede estadual. Duas professoras, uma de Joinville, norte do Estado e outra de Criciúma, do Sul, consideraram o vocabulário do livro inadequado para alunos do ensino médio. Segundo o diretor de Educação Básica da Secretaria, Antônio Pazeto, que determinou o recolhimento dos livros, alguns trechos e certas palavras usadas pelo autor poderiam trazer implicações morais, de costumes e espirituais à comunidade escolar.
> - Os termos usados no livro são um pouco contundentes e envolvem questões bastante sensíveis. Resolvemos recolher a obra, porque seria algo que iria criar polêmica sobre questões morais, espirituais e de costumes. Mas eu pessoalmente, como educador, considero que o livro pode ser trabalhado pelos professores, em determinados assuntos, para essa faixa etária dos 15 a 16 anos - disse.
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> O ponto principal da rejeição da obra, na opinião da assistente técnica pedagógica do Colégio Estadual Governador Heriberto Hülse, em Criciúma, Maria Gorete da Silveira, que pediu o recolhimento dos livros, é o uso de palavras consideradas "chulas" e a banalização da relação sexual.
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> - A tua grande fraqueza - me disse Mara na cama, a primeira vez, quando eu broxei vergonhosamente mesmo depois de baixar a calcinha dela com os dentes e chupá-la como um pêssego maduro, na boca um gostinho de sal molhado - é que teu orgulho te castra. Disfarçadamente, você exige que todos te dêem atenção, te bajulem, te achem o máximo. Se alguém recusa o jogo, mesmo sem maldade, como eu (e olhe, eu gosto muito de você, você é sensível), você entra em pane e fecha a Couraça - diz um dos trechos.
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> Para Maria Gorete, os adolescentes não estão preparados para esse tipo de texto.
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> - O aluno não está preparado para receber este conteúdo. Queremos extinguir esse vocabulário da boca dos alunos e de dentro do ambiente escolar - afirmou Gorete.
>
> Em nota a Secretaria da Educação explicou que a aquisição faz parte do Programa Leitura na Escola, implantado em 2008, em que os livros ficam dentro da sala de aula, para promover e intensificar a leitura pelos estudantes, com a orientação dos professores em todas as disciplinas. O diretor disse que agora, a lista para o próxima aquisição está sendo elaborada, deverá levar em conta critérios morais e de costumes.
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> (*) Cristóvão Tezza : um dos autores constante da Biblioteca do Professor, SME
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> Observação: queixaram-se por aí que os professores não estão lendo: de fato... a começar pelas autoridades educacionais. ..

> Plantão | Publicada em 29/05/2009 às 21h11m